Verstappen tetracampeão do Mundo de Fórmula1

por Lusa
EPA

O neerlandês Max Verstappen (Red Bull) garantiu o quarto título mundial na Fórmula 1 ao terminar o Grande Prémio de Las Vegas na quinta posição, numa corrida vencida pelo britânico George Russell e também marcada pela estreia do português Rui Marques como diretor de prova.

Verstappen bateu Lando Norris (McLaren), que foi sexto, e isso foi suficiente para conquistar o título quando faltam apenas duas corridas para o final do campeonato, num dia em que o britânico George Russell (Mercedes) regressou às vitórias, ao bater o compatriota Lewis Hamilton (Mercedes) por 7,313 segundos, com o espanhol Carlos Sainz (Ferrari) em terceiro, a 11,906.

Russell gastou 1:22.05,969 horas para cumprir as 50 voltas, mas a vitória ficou ofuscada pelo título assegurado pelo piloto da Red Bull.

Uma conquista que trouxe à tona um impensável lado emocional do sempre ‘gélido’ e ‘implacável’ Max Verstappen, que não conteve a emoção ao festejar pelo rádio com a equipa após cortar a meta de uma prova em que fez o suficiente para o objetivo primordial, o título, deixando de lado outras ambições por resultados melhores.

“Oh meu Deus, que temporada”, exclamava através do rádio.

Já mais calmo, sublinhou que esta foi “uma longa temporada”.

“Tivemos um começo incrível, mas depois sentimos dificuldades. Mantivemo-nos unidos, conseguimos algumas melhorias e hoje conseguimos o quarto título, que nunca pensei ser possível”, admitiu o piloto neerlandês.

Largando da quinta posição da grelha, Verstappen manteve-se à frente do único rival na luta pelo título, Lando Norris.

Com a particularidade de este GP se ter disputado no sábado em Las Vegas (22:00 horas locais), nos Estados Unidos, mas já manhã cedo em Lisboa (06:00), a McLaren nunca se conseguiu adaptar às temperaturas mais baixas da noite do deserto, fenómeno que afetou também a Ferrari, mas que potenciou as qualidades dos Mercedes.

Lewis Hamilton, que largou do 10.º lugar, viria a ascender ao segundo posto, atrás do seu companheiro de equipa, George Russell, que largara da ‘pole position’.

Verstappen chegou a rodar na segunda posição, atrás de Russell, mas viu-se prejudicado pela paragem de Hamilton, optando por não dar luta aos dois Ferrari na parte final da corrida, pois o objetivo era terminar na frente de Norris.

A corrida teve poucos incidentes, não obrigando à intervenção do ‘safety car’, apesar de ser um circuito citadino e propenso a acidentes.

Esta foi a terceira vitória da carreira de Russell, segunda da temporada, depois de ter ganho na Áustria este ano e no Brasil em 2022.

“Vegas é um local louco, louco. Nem consigo descrevê-lo. ‘Pole position’, dobradinha, não podia pedir mais. Esperava que acontecesse alguma coisa porque já tinha duas ‘poles’ e havia sempre alguma coisa, como a chuva no Brasil”, exultou o vencedor.

Verstappen acabou cumprimentado publicamente pelos adversários, sobretudo os mais veteranos, como Fernando Alonso ou Lewis Hamilton, pela forma madura como conquistou o título.

O próprio Lando Norris reconheceu que o neerlandês está a fazer uma temporada acima dos restantes.

“Ele mereceu vencer, fez uma melhor temporada do que eu. Merece mais do que qualquer um. Não tem fraquezas. Quando tem o melhor carro, domina e, mesmo quando não tem, está sempre lá na luta e faz a vida difícil a toda a gente”, destacou.

Max Verstappen igualou os feitos do brasileiro Nelson Piquet (1981) e do finlandês Keke Rosberg (1982), que também tinham festejado o título em Las Vegas.

Com estes resultados, o neerlandês chegou aos 403 pontos, mais 63 do que Norris, que tem 340, quando estão apenas 60 em jogo nas duas corridas que faltam disputar (Qatar e Abu Dhabi). Charles Leclerc (Ferrari), que hoje foi quarto, está na terceira posição, com 319.

Por atribuir está, ainda, o Mundial de Construtores, que tem a McLaren a liderar, com 608 pontos, contra os 584 da Ferrari e os 555 da Red Bull.

Na próxima semana, realiza-se o GP do Qatar, o penúltimo da temporada.
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