O Dakar "mais duro de sempre"

por Lusa
O bólide com que o veterano espanhol e atual campeão Carlos Sainz vai enfrentar o Dakar2025 Reuters

A 47.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, que se realiza na Arábia Saudita, entre sexta-feira e 17 de janeiro, promete ser “a mais dura de sempre”, segundo a organização da prova.

Com 7.700 quilómetros de percurso, 5.100 deles serão disputados ao cronómetro, nas 12 especiais previstas, antecedidas por um prólogo.

Ao contrário do que aconteceu na edição passada, a etapa maratona, com mais de mil quilómetros e disputada em dois dias, surge logo no início (segunda tirada), em que os pilotos não terão assistência. O deserto do Quarto Vazio (Empty Quarter), o maior da Arábia, fica reservado para a segunda metade da prova, já depois de uma segunda etapa maratona em que os participantes apenas terão a possibilidade de tratar eles mesmos da mecânica dos veículos.

A corrida arranca em Bisha e termina em Shubaytah, no dia 17, tendo cinco etapas com percursos diferentes para as motas e para os carros.

Pela primeira vez sem a categoria de quads, em 2025 também haverá 'roadboak' (livro do percurso) digital para todos os participantes, reforçando-se a segurança com a duplicidade de pistas.

Para além disso, os veículos estão obrigados a competir com uma bandeira vermelha elevada a dois metros acima do tejadilho, que permite facilitar a identificação da posição no meio das dunas, para evitar acidentes.

Já sem os Audi elétricos em prova para defender a coroa conquistada pelo espanhol Carlos Sainz em 2024, também o francês Stephane Peterhansel marca o fim de uma era, ao falhar a prova pela primeira vez em 35 anos. Conhecido por ‘senhor Dakar’, o gaulês conta com 14 triunfos entre motas (seis) e carros (oito).

Sainz, que já conta com quatro triunfos na prova, juntou-se à Ford, tal como o compatriota Nani Roma, recuperado de doença, e o sueco Mathias Ekstrom.

O qatari Nasser Al-Attiyah, campeão mundial em título, mudou-se para a Dacia, juntamente com o francês Sébastien Loeb, que procura confirmar no todo-o-terreno os créditos conseguidos com nove títulos mundiais de ralis (de 2004 a 2012).

A Toyota aposta no brasileiro Lucas Moraes, no norte-americano Seth Quintero, que brilhou anteriormente nos SSV, e no saudita Yazeed Al-Rajhi.

Para os automóveis mudou-se, também, o australiano Toby Price, que já chegou a vencer a prova nas motas.

O português João Ferreira (Mini) tentará um 'lugar ao sol' na estreia na categoria rainha.

Nas duas rodas, o campeão mundial Ross Branch procura dar à Hero a primeira vitória no Dakar, que agora tem como diretor dsportivo o português Joaquim Rodrigues Jr.

Mas a concorrência da Honda, equipa gerida por outro português, o algarvio Ruben Faria, será grande, pois vem de duas vitórias consecutivas. O chileno Pablo Quintanilla, o norte-americano Ricky Brabec, vencedor em 2024, e o compatriota Skyler Howes, compõe a armada da Honda.

Já o chileno José Ignacio Cornejo substituiu Quim Rodrigues na Hero, juntando-se ao luso-germânico Sebastian Bühler.

A KTM, a braços com uma grave crise financeira, recrutou o australiano Daniel Sanders e o prodígio espanhol Edgar Canet, de apenas 19 anos.
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