O piloto italiano Francesco Bagnaia (Ducati) venceu hoje a corrida principal do Grande Prémio da Malásia de MotoGP, 19.ª das 20 provas da temporada, e adiou a atribuição do título para a derradeira ronda.
Martín precisava de conquistar nove pontos ao bicampeão para se sagrar, desde já, campeão. Por isso, tentou pressionar desde o arranque, colocando-se ao lado de Bagnaia na travagem para a primeira curva (ainda tocou na perna do adversário, que a esticou para equilibrar a mota).
No entanto, o australiano Jack Miller (KTM) caiu no meio do pelotão, após um toque de um adversário na primeira curva, envolvendo o companheiro de equipa, o sul-africano Brad Binder (KTM), e o francês Fábio Quartararo (Yamaha), campeão em 2021.
A prova teve de ser interrompida para prestar assistência a Miller, que saiu combalido, mas sem lesões de maior. O australiano, que será companheiro de equipa de Miguel Oliveira (ausente na Malásia devido a lesão) em 2025 na Pramac, com a Yamaha, já não alinhou no reatamento, com a corrida a ser encurtada para 19 voltas (menos três).
Na segunda oportunidade, Bagnaia mostrou-se mais decidido e não permitiu o ataque imediato de Jorge Martín.
Contudo, o espanhol não perdeu muito tempo e, nas primeiras quatro voltas, os dois ultrapassaram-se uma dezena de vezes, até que Bagnaia aumentou o ritmo e já não permitiu mais veleidades ao piloto madrileno.
“O Jorge [Martín] foi muito agressivo, mas o nosso ritmo foi muito bom”, sublinhou o campeão, que lamentou, ainda, o facto de ao sábado, nas corridas sprint, não conseguir atacar da mesma forma que nas corridas principais de domingo.
Essa tem sido a diferença esta temporada, pois Bagnaia conquistou hoje a 10.ª vitória em 19 corridas disputadas (contra as três de Martín), enquanto que nas sprint soma seis triunfos (sete para o espanhol) mas quatro desistências (duas para o espanhol). Esses dois ‘zeros’ a mais significam 24 pontos perdidos, os mesmos que tem, neste momento, de atraso para o rival da equipa Pramac.
Depois de tentar forçar um erro de Bagnaia, Jorge Martín fez contas ao campeonato e optou por assentar arraiais na segunda posição e minimizar os danos.
“Obrigado ao ‘Pecco’ [Bagnaia] porque tornou este desafio mais difícil. Queria vencer e estar na liderança. Percebi a estratégia dele, foi agressivo, mas eu também. Depois, passou-me e não deu para acompanhar. Ainda tentei colocar alguma pressão no final, mas quase caí. A última corrida será um desafio e tentaremos fazer o melhor”, explicou o madrileno.
O campeonato será decidido na última prova, que deverá mesmo ser em Barcelona, depois de as cheias dos últimos dias que afetaram a região de Valência, em Espanha, ter levado a organização do campeonato a decidir cancelar a prova no circuito de Cheste.
Com 37 pontos em disputa, Jorge Martín lidera com 485, mais 24 do que Francesco Bagnaia.
Significa que, se ganhar dois pontos ao italiano na corrida sprint da última prova, sagra-se campeão ainda antes da corrida principal de domingo (cuja vitória vale 25 pontos).
Na visita anterior ao circuito catalão, Aleix Espargaró (Aprilia) venceu a corrida sprint, na frente de Martín, uma das quatro em que Bagnaia desistiu. O italiano venceria, depois, a corrida de domingo.
Nas Moto3, o espanhol e já campeão David Alonso (Aspar) fez história ao vencer a 13.ª prova da temporada, tornando-se o piloto com mais triunfos na mesma época na classe mais baixa do Campeonato do Mundo de velocidade, com mais dois do que Valentino Rossi (somou 11 em 1997).
Em Moto2, venceu o italiano Celestino Vietti (KTM), enquanto o já campeão Ai Ogura (MSI) abandonou devido a queda.