Trump fala de atentado na Suécia e ex-primeiro-ministro sueco pergunta "o que terá fumado"
O Presidente norte-americano aludiu no sábado a um atentado terrorista na Suécia, inexistente, para justificar a sua política anti-imigração, num discurso que levou o ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt e perguntar o que teria Donald Trump fumado.
"Olhem para o se passa na Alemanha, olhem para o que se passou ontem à noite [sexta-feira] na Suécia. A Suécia, quem haveria de pensar? A Suécia. Eles acolheram muitos refugiados e agora têm problemas como nunca imaginaram que iriam ter", afirmou Donald Trump num discurso virulento na Florida em defesa da sua política antirrefugiados e anti-imigração.
A falsa informação propagou-se rapidamente na rede social Twitter, onde o ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt escreveu: "A Suécia? Um atentado? O que é que ele fumou?".
Sweden? Terror attack? What has he been smoking? Questions abound. https://t.co/XWgw8Fz7tj
— Carl Bildt (@carlbildt) 19 de fevereiro de 2017
A declaração de Trump animou a rede social sob o hashtag #LastNightinSweden (ontem à noite na Súécia) e #SwedenIncident (incidente na Suécia), onde Trump foi ridicularizado um pouco por todo o mundo.
Esta não é a primeira vez que membros da administração Trump, e agora o próprio, se referem a ataques terroristas inexistentes - justificados posteriormente como lapsos.
Kellyanne Conway, a conselheira de Trump - que inventou a noção de "factos alternativos" -- referiu-se ao "massacre de Bowling Green" numa entrevista e explicou mais tarde que se referia aos "terroristas de Bowling Green", dois iraquianos condenados em 2011 por tentarem enviar dinheiro e armas para a al Qaeda.
Também o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, falou por três vezes numa semana no atentado de Atlanta (no Estado da Geórgia), antes de se lembrar que o mesmo tinha na verdade acontecido em Orlando, na Florida.