Tavares foi à embaixada da Rússia defender um historiador e recebeu apoio em mirandês

por Lusa

O porta-voz do Livre Rui Tavares esteve esta terça-feira perto da embaixada da Rússia para pedir a libertação do opositor russo e historiador Vladimir Kara-Murza, numa ação de campanha na qual recebeu um apoio sentido de um jovem mirandês.

O ponto de partida foi o jardim do Arco do Cego, em Lisboa, junto ao Instituto Superior Técnico, sítio onde a comitiva do Livre, composta por cerca de quarenta membros e apoiantes, se reuniu esta tarde para uma ação de campanha no âmbito das legislativas.

A comitiva fez um percurso a pé entre as freguesias das Avenidas Novas e Arroios, esta última onde o Livre teve os melhores resultados nas legislativas de 2022.

Logo no início do percurso, o deputado e candidato foi abordado por um homem que lhe disse: "Concordo com 99% daquilo que o senhor diz. Boa sorte", com Tavares a agradecer.

A comitiva tentou chegar o mais perto possível da embaixada da Federação Russa mas um agente da PSP indicou que as declarações de Rui Tavares aos jornalistas teriam que ser feitas um pouco mais à frente, ao lado do local onde está um memorial que recorda o opositor russo Alexei Navalny, que morreu no dia 16 de fevereiro numa prisão russa.

Foi aí que Rui Tavares pediu a libertação do opositor "mais corajoso à ditadura de Vladimir Putin e ao seu imperialismo que ameaça toda a Europa", o seu `colega` historiador, Vladimir Kara-Murza.

"O Livre quer colocar esta luta no centro do debate político em Portugal. Ainda ontem a assembleia parlamentar do Conselho da Europa apelou a que todos os estados europeus envidassem esforços no sentido de salvar Kara-Murza", apontou.

O deputado anunciou a intenção de apresentar, na próxima sessão legislativa, "um projeto de resolução para que Portugal faça parte desse movimento de estados europeus, que pode passar, como sugeria o Conselho da Europa, por uma troca de prisioneiros de forma a garantir que Kara-Murza saia em segurança das masmorras de Putin".

Feitos os apelos à libertação do opositor russo, Tavares e a sua comitiva, que incluía a `número dois` pela capital, Isabel Mendes Lopes, e a terceira na lista, Patrícia Robalo, seguiram caminho pelas imediações do Instituto Superior Técnico, onde se cruzaram com vários jovens que demonstraram apoio ao Livre.

Muitos pediram `selfies` com Rui Tavares mas o encontro mais sentido foi com o jovem João, natural de Sendim, freguesia de Miranda do Douro, que interpelou o deputado, com algumas dificuldades na fala, para lhe dizer que a sua avó "nunca falou português" e agradecer-lhe pela importância que o partido dá à proteção do mirandês como "língua viva".

"O meu voto está garantido", disse João a Tavares, antes de lhe dar um forte abraço, trocar algumas palavras em mirandês com o deputado, e perguntar se podia juntar-se à comitiva.

Antes, também o jovem Guilherme Pinto, 18 anos, confessou estar a pensar votar no Livre, mas como é natural de Viseu, mostrou receio que o seu voto possa não contar para eleger um deputado pelo partido.

"Acho que o Rui Tavares tem ideias boas para o país e irmos no caminho certo, no futuro certo para os jovens. Espero que o futuro passe também por uma solução em que o Livre seja incluído", afirmou.

Vicente, que vai votar pela primeira vez no domingo, viu a comitiva "pela janela" do Técnico e desceu para tirar uma fotografia com o historiador, e Mariana Fernandes, acompanhada da cadela `Mimi`, já decidiu que vai votar no Livre e confessou que as intervenções do deputado único no parlamento lhe chamaram a atenção.

Tópicos
PUB