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"Super Terça-Feira" arranca "morna" na Virgínia

por Lusa

A manhã das primárias em Richmond, capital do estado norte-americano da Virgínia, registou baixa afluência, disseram funcionários eleitorais à Lusa, mas mesmo com a vitória de Donald Trump provável apoiantes e opositores do ex-presidente fazem questão de votar.

A Biblioteca Pública de Richmond é o local de votação para a população residente no centro desta capital estadual, mas são quase inexistentes os sinais de que uma importante eleição está em curso na cidade. Sob condição de anonimato, uma funcionária eleitoral disse à Lusa que foram investidos poucos recursos na divulgação desta "Super Terça-Feira" na Virgínia, situação que se está a refletir na participação eleitoral.

"Realmente, tivemos esta manhã um número baixo de eleitores, que não chegou a uma centena. Estamos na hora de almoço, pode ser que algumas pessoas aproveitem essa pausa para passar por aqui, assim como ao final do dia, mas não tenho grandes esperanças de que isso aconteça", disse.

 A previsível repetição do confronto entre Joe Biden e Donald Trump nas presidenciais norte-americanas de novembro é um dos motivos apontado por eleitores e analistas para a falta de entusiasmo nas primárias do decisivo estado da Virgínia, considerado um `swing state` (`estado pendular`) por tradicionalmente oscilar entre democratas e republicanos.

"As pessoas simplesmente não estão entusiasmadas com nenhum dos candidatos que estão presentes nestas primárias", argumentou Will, um jovem de 23 anos que se identifica como republicano, mas que admitiu à Lusa ter votado em candidatos democratas em várias das últimas eleições.

Ao contrário de muitos estados, uma das particularidades da Virgínia é que tem em vigor primárias abertas, ou seja, um democrata poderá votar num candidato republicano e vice-versa.

Considerando que o atual Presidente, o democrata Joe Biden, não tem conseguido resolver os problemas que mais o preocupam, como o caso das "desigualdades económicas, a imigração e a política internacional, nomeadamente as guerras na Ucrânia e em Gaza", o jovem confessou que hoje depositou o seu voto em Nikki Hailey, a principal rival de Donald Trump dentro do Partido Republicano.

"Definitivamente acredito que Nikki Hailey tem chances reais de vencer aqui na Virgínia. Votei nela porque acredito que é a melhor candidata para levar a América numa melhor direção. Pelo menos é uma melhor candidata do que Trump ou Biden para essa tarefa. Realmente acho que Donald Trump não se deveria qualificar para ser Presidente", avaliou.

Já Thomas, um eleitor republicano de 76 anos, acredita que a fraca participação nestas eleições se deve à previsível repetição do cenário de 2020, quando Joe Biden e Donald Trump se defrontaram nas presidenciais.

Já em relação ao eleitorado republicano, o septuagenário, um fiel eleitor de Trump, argumentou que "todos já sabem" que o magnata vencerá esta noite e, por isso, "não se vão dar ao trabalho de votar".

"Apesar de haver pessoas pouco entusiasmadas com os candidatos, esse não é o meu caso. Estou bastante entusiasmado com a possibilidade de Trump regressar à Presidência. O meu palpite é que as pessoas acham que esta eleição já está decidida, porque veem o grande número de pessoas que quer o Trump de volta", advogou.

Questionado pela Lusa sobre o motivo de querer ver o ex-presidente de volta à liderança norte-americana, Thomas respondeu: "senso comum".

"O controlo da nossa fronteira é um grande problema a resolver e os democratas apenas arruinaram tudo", avaliou.

Apesar da baixa participação nas eleições de hoje em Richmond, Thomas diz não ter dúvidas de que a situação mudará à medida que a data das presidenciais se aproximar e que, na ocasião, a Virgínia "voltará a ser um dos centros de maior atenção do país".

As urnas na Virgínia abriram pelas 06h00 (hora local, 11h00 em Lisboa) e encerrarão às 19h00.

Hoje, 15 estados norte-americanos vão a votos - Alabama, Alaska, Arkansas, Califórnia, Colorado, Maine, Massachusetts, Minnesota, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, Vermont e Virgínia - além do território de Samoa Americana.

O resultado desta "Super Terça-Feira" pode ser decisivo para a escolha dos candidatos presidenciais, sendo cada vez mais certo uma repetição do duelo entre Trump e Biden, num momento em que o atual chefe de Estado não tem adversários significativos e se espera que volte a vencer com facilidade os candidatos democratas Dean Phillips e Marianne Williamson.

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