Repórteres Sem Fronteiras denunciam morte de jornalista

por Lusa

A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) denunciou esta segunda-feira a morte do jornalista Ali Taimé, de 39 anos, durante um ataque aéreo do exército israelita em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

O jornalista, que se encontrava na zona para fazer uma reportagem sobre a situação dos palestinianos deslocados, foi morto depois de um bombardeamento israelita ter atingido um veículo civil nas proximidades, no bairro de Al Mawasi, informou a RSF na rede social X (antigo Twitter).

Também o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos lamentou a morte de Taimé, que trabalhava para o canal por satélite Awdé.

O número de jornalistas mortos durante a ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza eleva-se agora a 163, segundo a agência de notícias Wafa.

As autoridades da Faixa de Gaza informaram hoje que 40.435 pessoas foram mortas no enclave desde 07 de outubro.

O Sindicato dos Jornalistas português associou-se hoje ao pedido de 60 organizações de imprensa e dos direitos humanos pelo fim do acordo de associação entre a União Europeia (UE) e Israel, após a morte de mais de cem repórteres.

Na missiva, as entidades pedem à UE que suspenda o acordo de associação que mantém desde 2000 com Israel porque, segundo argumentam, Telavive "violou os Direitos Humanos e o Direito penal internacional".

Como tal, exigem punição aos responsáveis "pelos crimes de guerra cometidos por Israel e pelas repetidas violações do direito internacional".

Na carta, escrita por iniciativa do Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as organizações denunciam "os abusos generalizados e sistemáticos" que, sublinham, têm sido cometidos pelas "autoridades israelitas em Gaza, na Cisjordânia, em Israel e noutros lugares".

As organizações apelam ao levantamento do bloqueio à entrada de jornalistas internacionais, israelitas e palestinianos em Gaza, à revogação da legislação que permite o encerramento dos meios de comunicação estrangeiros, à libertação de jornalistas palestinianos em detenção administrativa ou detidos sem acusação e à proteção da vida dos profissionais da informação.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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