Uma recontagem parcial dos votos das eleições legislativas de domingo na Geórgia confirmou a vitória do partido no poder, anunciou hoje a comissão eleitoral à agência de notícias AFP, após a oposição ter denunciado fraude eleitoral.
A recontagem de cerca de 12% das assembleias de voto e de 14% dos boletins de voto "não resultou numa alteração significativa dos resultados oficiais anteriormente anunciados", afirmou o organismo eleitoral.
"Os resultados definitivos apenas mudaram muito ligeiramente em cerca de 9% das assembleias de voto recontadas", acrescentou a comissão eleitoral.
O Ministério Público da Geórgia anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação sobre a alegada fraude nas eleições legislativas, convocando a Presidente país a detalhar as suas acusações contra o partido no poder, que foi declarado vencedor do escrutínio.
Na nota é especificado que a Presidente da Geórgia, a pró-europeia Salome Zurabishvili, em conflito com o Governo e crítica dos resultados das eleições, foi convocada para uma reunião para expor as suas considerações sobre o assunto.
Salome Zurabishvili, afirmou que "não tem qualquer intenção" de detalhar as suas acusações ao Ministério Público sobre alegada fraude nas eleições legislativas, nas quais o partido no poder foi declarado vencedor.
"Não tenho qualquer intenção de ir ao Ministério Público", declarou a chefe de Estado, apelando para que a instituição faça o seu trabalho e qualificando a convocatória que lhe foi feita como um "ajuste de contas político".
A comissão eleitoral da Geórgia tinha anunciado na terça-feira que iria proceder a uma recontagem parcial das legislativas, nas quais a oposição pró-europeia se recusa a reconhecer a vitória do partido pró-russo no poder.
Este anúncio surge depois de milhares de pessoas se terem concentrado em frente ao edifício do Parlamento, no centro da capital Tbilissi, na segunda-feira, a pedido da oposição, que acusa o partido Sonho Georgiano (pró-russo) de ter "roubado" as eleições.
De acordo com a comissão eleitoral, o partido no poder, com o qual Bruxelas congelou as negociações de adesão à União Europeia (UE) devido à sua aproximação à Rússia, venceu as eleições com 53,92% dos votos.