Um juiz de instrução criminal da Guiné-Bissau decretou a prisão preventiva da antiga diretora-geral dos Impostos, detida na semana passada por suspeitas de corrupção, disse esta terça-feira à Lusa fonte judicial.
De acordo com a mesma fonte, a ex-responsável da Direção-Geral das Contribuições e Impostos (DGCI), detida na sexta-feira, foi ouvida hoje pelo Ministério Público, que requereu a adoção da medida de coação, sendo reconduzida para a cela da PJ em Bissau.
A fonte precisou que as averiguações vão continuar para apurar as eventuais responsabilidades da ex-dirigente dos Impostos no caso de "desvio de avultadas somas" provenientes de receitas da campanha de comercialização da castanha de caju, principal produto agrícola e de exportação da Guiné-Bissau.
O caso remonta a 2023 e na altura foi espoletado através de uma denúncia de funcionários da DGCI, posteriormente confirmada pelos serviços de inspeção do Ministério da Economia e Finanças.
A fonte da PJ não soube precisar qual o valor de dinheiro público em causa.
A ex-diretora da DGCI encontra-se nas mesmas instalações da PJ em Bissau onde também estão detidos o antigo ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e o ex-secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro.
Seidi e Monteiro foram detidos, em dezembro, acusados de prática de corrupção ao pagarem dívidas a um grupo de empresários, num processo em que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, considerou fraudulento.
Os dois ex-governantes, acusados de abuso de poder, violação de normas de execução orçamental, peculato e fraude fiscal, viram o seu julgamento marcado para 11 de março, adiado entretanto para uma data ainda por anunciar.