Cairo, 06 dez (Lusa) -- O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, vai organizar a 13 de dezembro em Istambul uma cimeira de dirigentes dos principais países muçulmanos na sequência da decisão dos Estados Unidos em reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
"O nosso Presidente da República convocou uma cimeira extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) para permitir que os países muçulmanos atuem de forma unificada e coordenada diante desses desenvolvimentos", disse o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, afirmando que a reunião vai decorrer a 13 de dezembro em Istambul, na Turquia.
Também a Liga Árabe anunciou uma reunião de emergência, que deverá realizar-se no sábado, para discutir o assunto.
O Presidente dos Estados Unidos vai reconhecer hoje Jerusalém como capital de Israel, para onde vai transferir a embaixada, atualmente em Telavive, segundo responsáveis da administração norte-americana, citados pelas agências noticiosas internacionais.
De acordo com responsáveis norte-americanos, citados pelas agências noticiosas AP, AFP e Efe, Donald Trump vai, de seguida, ordenar ao Departamento de Estado que inicie a transferência da embaixada, de Telavive para Jerusalém, um processo que deve demorar anos.
A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental conquistada em 1967.
Israel considera a Cidade Santa a sua capital "eterna e reunificada", mas os palestinianos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.
Uma lei norte-americana de 1995 solicitava a Washington a mudança da embaixada para Jerusalém, mas essa medida nunca foi aplicada, porque os Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama adiaram sua implementação, a cada seis meses, com base em "interesses nacionais".
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Lusa/Fi