Prémio Nobel da Paz. Presidente da República saúda "justo tributo à coragem e à solidariedade"
O Presidente da República saudou hoje a atribuição do Nobel da Paz ao bielorrusso Ales Bialiatski, à organização de defesa dos direitos humanos russa Memorial, e ao Centro de Liberdades Civis, da Ucrânia, como um "justo tributo à coragem".
"O reconhecimento da persistente luta pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos, por parte de cidadãos e organizações da sociedade civil, em particular no momento sensível que atravessa a Europa, com a invasão russa da Ucrânia, constitui um justo tributo à coragem e à solidariedade que nos deve inspirar a todos", lê-se numa nota de Marcelo Rebelo de Sousa.
A mensagem de saudação do chefe de Estado português foi publicada na página oficial da Presidência da República na internet, após o anúncio em Oslo do Comité Nobel Norueguês.
Pouco depois em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião bilateral com o Presidente da República de Malta, George Vella, em La Valletta, o Presidente da República salientou que nenhum dos premiados "estava previsto como candidato".
"Houve uma decisão clara: que é escolher o mais importante apesar de não fazer parte da lista de que se falava", frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que todos os premiados "são nomes da sociedade civil, todos eles europeus".
"E todos eles têm a ver com a mesma mensagem: paz, direitos humanos, democracia, liberdade, do lado russo, do lado ucraniano, do lado bielorrusso", salientou.
Ales Bialiatski, 60 anos, atualmente preso na Bielorrússia, fundou a organização Viasna (Primavera) em 1996, para ajudar presos políticos e as suas famílias, na sequência da repressão do regime do Presidente Alexander Lukashenko.
A organização russa Memorial foi criada em 1987, para investigar e registar crimes cometidos pelo regime soviético, mas tem denunciado violações de direitos humanos na Rússia.
O Centro de Liberdades Civis surgiu em Kiev, em 2007, para fazer avançar os direitos humanos e a democracia na Ucrânia.
Os laureados são provenientes de três países em foco devido à guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro deste ano, com o apoio da Bielorrússia, um país aliado de Moscovo.
Ao anunciar o prémio, a presidente do Comité Nobel norueguês, Berit Reiss-Andersen, disse que os laureados representam a sociedade civil nos três países.
"Há muitos anos que promovem o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos. Têm feito um esforço notável para documentar crimes de guerra, abusos dos direitos humanos e abuso de poder", disse.
"Juntos, demonstram o significado da sociedade civil para a paz e a democracia", acrescentou Reiss-Andersen.
Em 2021, o Nobel da Paz foi atribuído aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, pela defesa da liberdade de imprensa e de expressão.