O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, defendeu esta terça-feira ser essencial responsabilizar os autores de "casos atrozes de violência sexual" cometidos nos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro, conforme um relatório das Nações Unidas.
"O relatório das Nações Unidas demonstra que os bárbaros ataques do Hamas a 07 de outubro incluíram casos atrozes de violência sexual. É essencial que os culpados sejam responsabilizados. Impunidade é incompatível com paz e justiça", escreveu o chefe da diplomacia portuguesa, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
No relatório, apresentado na segunda-feira, a representante especial da ONU para a violência sexual em conflitos, Pramila Patten, disse que há "motivos razoáveis" para acreditar que o Hamas cometeu violações, "tortura sexual" e outros tratamentos cruéis e desumanos contra mulheres.
Há também "motivos razoáveis para acreditar que essa violência ainda pode estar em curso", segundo a enviada especial da ONU.
O Hamas já rejeitou "veementemente" as conclusões do documento, afirmando que "não fornece qualquer testemunho" e baseia-se "em instituições israelitas, soldados e testemunhas escolhidas pelas autoridades de ocupação para provar esta falsa acusação".
Em 07 de outubro de 2023, o Hamas atacou Israel com o lançamento de milhares de `rockets` e a infiltração simultânea de cerca de 3.000 milicianos que mataram cerca de 1.200 pessoas em localidades israelitas perto da Faixa de Gaza.
Os atacantes também raptaram mais de duas centenas de pessoas, das quais cerca de 100 ainda estão vivas no enclave palestiniano, segundo as autoridades israelitas.
O ataque sem precedentes desencadeou a guerra atual, que em cinco meses provocou mais de 30 mil mortos em Gaza, maioritariamente civis, segundo as autoridades de saúde do enclave controlado pelo Hamas.
O grupo palestiniano é considerado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.