Pelo menos três mortos e cinco baleados nas manifestações de hoje em Moçambique - ONG

por Lusa

Pelo menos três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas por baleamento hoje em Moçambique nas manifestações de contestação dos resultados eleitorais, indicou a Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.

Segundo o relatório divulgado pela plataforma de monitorização eleitoral Decide, que aponta dados de hoje, as três vítimas mortais foram registadas na província de Nampula, no norte do país.

As estatísticas da plataforma indicam que, do total dos baleados, três ocorreram em Nampula e dois na cidade de Maputo, capital do país.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou terça-feira à população moçambicana para, durante três dias, começando hoje, abandonar os carros a partir das 08:00 nas ruas, com cartazes de contestação eleitoral, até regressarem do trabalho.

"A partir das 08:00 [menos duas horas em Lisboa], em plena estrada, não nos passeios. Vamos usar as nossas estradas como parques de estacionamento, com os carros cheios de cartazes. Fechamos o carro, vamos andar a pé, até ao local de trabalho", apelou Venâncio Mondlane.

"Deixa o carro no meio da estrada com os seus cartazes. Deixa o carro e vai trabalhar", insistiu, sobre esta nova fase de contestação ao processo eleitoral envolvendo as eleições gerais de 09 de outubro.

Venâncio Mondlane tem convocado estas manifestações, que degeneram em confrontos com a polícia - que tem recorrido a disparos de gás lacrimogéneo e tiros para dispersar -, como forma de contestar a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

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