PAN. Governo ainda não apresentou "uma visão" para a educação sem corte de professores

por Lusa
Lusa

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real considerou esta sexta-feira que o Governo ainda não apresentou uma visão para a área da educação que não se traduza num "corte do número de professores" e "da carga horária".

"Até hoje não nos parece que o Governo tenha traduzido uma visão daquilo que possa ser a revisão de uma reforma do ponto de vista educativo sem passar pelo corte do número de professores", criticou.

Para a líder do Partido Pessoas-Animais-Natureza, que falava em Sines, no distrito de Setúbal, a decisão de "cortar nas disciplinas ou na carga horária vai traduzir-se necessariamente num corte dos professores".

Inês de Sousa Real falava à agência Lusa após ser questionada sobre o programa anunciado hoje pelo Governo para reduzir em 90% o número de alunos sem aulas no final do primeiro período e acabar com longos períodos sem professores.

"Para o PAN não é esse o caminho que devemos ter na valorização da escola pública, na oferta até de conteúdos formativos mais plurais e mais diversos, porque nem todas as crianças têm o mesmo ponto de partida", defendeu.

Por isso, acrescentou, que "é fundamental ter a consciência de que nos diferentes pontos do país há aulas que têm de ser salvaguardadas, há disciplinas que têm de ser salvaguardadas porque não podemos ter acesso só à cultura ou até mesmo a cursos profissionais em Lisboa ou no Porto".

O ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI), Fernando Alexandre, revelou hoje no final do Conselho de Ministros que no natal de 2023, quando terminou o 1.º período de aulas, havia 20.087 alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina

Em setembro de 2023, havia mais de 324 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina, um problema que foi diminuindo ao longo do ano, mas que continuava a afetar mais de 22 mil estudantes no passado mês de maio, segundo informações avançadas pelo ministro Fernando Alexandre.

Entre as medidas que constam do programa hoje apresentado em Conselho de Ministros, o Governo vai tentar contratar docentes aposentados oferecendo-lhes uma remuneração extra, pagar mais aos que aceitem adiar a reforma e reconhecer as habilitações imigrantes que queiram dar aulas em Portugal.

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