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Países árabes com "extrema preocupação" após ataques aéreos de EUA e Reino Unido no Iémen

por Lusa

Os países árabes do Médio Oriente manifestaram hoje "extrema preocupação" pela escalada de violência na região, após os bombardeamentos aéreos desencadeados pelos Estados Unidos e Reino Unido contra posições dos Huthis no Iémen.

O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que integra as principais economias do Golfo Pérsico, assinalou em comunicado a sua "profunda preocupação" pelas operações militares norte-americanas e britânicas contra o Iémen e apelou a "autocontrolo" para evitar uma escalada.

A organização alerta que a atual situação "pode ter graves consequências" devido às repercussões motivadas pela guerra na Faixa de Gaza e pede de forma velada a Washington e Londres que evitem "provocar vítimas civis no [país] irmão Iémen".

No texto, o CCG também destaca a importância de proteger a segurança marítima e o comércio mundial, numa referência aos ataques dos Huthis, iniciados em meados de novembro contra navios mercantes no mar Vermelho vinculados a Israel ou que se dirigiam a portos israelitas.

Em paralelo, e em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito emitiu um apelo à concretização de "esforços internacionais para reduzir a escalada da tensão e a instabilidade na zona".

"O Egito considerou os graves e repentinos desenvolvimentos no sul do mar Vermelho e no Iémen um claro indício sobre o que advertiu anteriormente, do perigo de expansão do conflito na zona devido ao prosseguimento das agressões israelitas na Faixa de Gaza", indica a nota.

Nesse sentido, pediu um cessar-fogo permanente em Gaza para "evitar mais instabilidade, conflitos e ameaças à paz e segurança internacionais".

O Egito é um dos países mais afetados economicamente pela escalada no mar Vermelho, após uma redução considerável do tráfego no mar Vermelho na sequência dos ataques dos Huthis e da resposta militar de Washington e Londres.

Os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram esta madrugada 73 bombardeiros contra posições militares dos Huthis em várias províncias do Iémen, provocando cinco baixas segundo responsáveis do movimento que controla grande parte do país.

Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Bahrein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Nova Zelândia e Coreia do Sul emitiram um comunicado conjunto onde justificam a ação em nome da defesa do comércio internacional e dos navios que transitam pelo mar Vermelho, onde circula cerca de 15% do comércio marítimo global.

Na sequência destes bombardeamentos, os Huthis declararam "guerra aberta" contra os Estados Unidos e Reino Unido, e reivindicaram o lançamento de uma salva de mísseis contra os seus navios de guerra presentes no mar Vermelho, onde os dois países ocidentais lideram uma coligação naval para proteger navios mercantes da zona.

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