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OMS anuncia pausas humanitárias em Gaza para vacinação

por Lusa
Reuters

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou esta quinta-feira pausas limitadas nos combates em Gaza para permitir a vacinação contra a poliomielite a centenas de milhares de crianças, após confirmado o caso de um bebé infetado.

Descritas como "pausas humanitárias" que durarão três dias em diferentes zonas do território devastado pela guerra, a campanha de vacinação terá início no domingo, no centro de Gaza, anunciou Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinianos.

De acordo com esta agência das Nações Unidas, seguir-se-á outra pausa de três dias no sul de Gaza e depois uma outra no norte de Gaza, de forma a terminar o processo de vacinação.

Peeperkorn explicou que pretende vacinar 640 mil crianças com menos de 10 anos e que a campanha foi coordenada com as autoridades israelitas. Para o efeito, existem 392 postos fixos da OMS em toda a Faixa de Gaza, aos quais a agência das Nações Unidas acrescentou 300 postos móveis para chegar às famílias com problemas de mobilidade.

"Não vou dizer que este é o caminho ideal a seguir. Mas este é um caminho possível", assegurou Peeperkorn, referindo-se a este processo.

Nem o Governo israelita nem o exército confirmaram este acordo com a OMS.

Uma autoridade israelita disse que se espera que haja algum tipo de pausa tática para permitir a vacinação. O Exército israelita já antes realizou pausas limitadas em áreas restritas para permitir operações humanitárias internacionais.
Hamas aplaude
As pausas humanitárias não são um cessar-fogo entre Israel e o Hamas que os mediadores dos EUA, do Egito e do Qatar procuram há muito tempo, incluindo nas conversações que estão em curso esta semana.

O grupo islamita Hamas acolheu hoje "com satisfação" o pedido da ONU para serem feitas pausas humanitárias para implementar a campanha de vacinação contra a poliomielite na Faixa de Gaza.

"Pedimos à comunidade internacional que obrigue Israel a cumprir as suas obrigações à luz do direito internacional enquanto potência ocupante", é referido num comunicado do grupo palestiniano assinado por Basem Naim, membro do gabinete político.

No documento, o Hamas informa que vão oferecer a sua cooperação a organizações internacionais para levar a cabo a campanha de vacinação.

Em 16 de agosto, o Ministério da Saúde de Gaza confirmou o primeiro caso de poliomielite num bebé de dez meses não vacinado - o primeiro caso na Faixa de Gaza em 25 anos - cuja vida está agora em perigo depois de o corpo ter ficado paralisado.
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