O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi convidado pelos republicanos e democratas para discursar perante o Congresso norte-americano, adiantou hoje Mike Johnson, líder republicano da Câmara dos Representantes, numa demonstração de apoio à guerra na Faixa de Gaza.
"Estamos com o Estado de Israel na sua luta contra o terrorismo, especialmente neste momento em que o Hamas ainda mantém cativos cidadãos norte-americanos e israelitas e os seus líderes põem em perigo a estabilidade regional", sublinharam os quatro líderes parlamentares da Câmara dos Representantes (câmara baixa) e do Senado (câmara alta), no convite ao chefe do Governo israelita.
Esta é uma demonstração de apoio ao aliado de longa data, apesar das crescentes divisões políticas sobre o ataque militar de Israel a Gaza, em concreto, mais recentemente, a Rafah, no sul do enclave.
O convite de Mike Johnson e do líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, juntamente com o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, e o líder democrata na câmara baixa, Hakeem Jeffries, estava em andamento há algum tempo.
Ainda não foi definida nenhuma data para o discurso, mas o convite surge num momento em que a guerra Israel-Hamas, agora no seu sétimo mês, tem causado preocupações generalizadas nos EUA e no estrangeiro, sobre a conduta de Israel e o extenso número de mortes de civis.
Uma intervenção no Congresso pode expor as divisões, em ano eleitoral nos EUA. Um número crescente de democratas tem-se demarcado do primeiro-ministro israelita, de direita, enquanto os republicanos têm-se aproximado de Netanyahu.
Também não é claro por agora se Biden e Netanyahu manterão algum encontro em Washington.
No Congresso, os debates sobre a guerra entre Israel e o Hamas foram intensos, acalorados e causaram divisão, amplificados durante os protestos nos campus universitários na primavera.
Schumer, oficial judeu eleito nos EUA, fez uma repreensão contundente ao líder israelita em março, dizendo num discurso que Netanyahu tinha "perdido o rumo".
Os republicanos, incluindo o presumível candidato presidencial do Partido Republicano, Donald Trump, têm estado ansiosos por demonstrar o seu apoio a Netanyahu e expor as divisões democratas sobre Israel.
Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza após um ataque mortífero do Hamas em 07 de outubro, no qual militantes palestinianos invadiram o sul do território israelita, mataram quase 1.200 pessoas, na maioria civis, e levaram cerca de 250 como reféns.
A operação israelita em grande escala de retaliação no enclave palestiniano já matou mais de 36 mil pessoas, na maioria também civis, de acordo com o governo local do Hamas, e deixou o território numa grave crise humanitária.