Missão da ONU no Líbano preocupada com atividades das forças israelitas

por Lusa

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) manifestou hoje a sua "profunda preocupação" com as "recentes atividades" das Forças Armadas israelitas perto de um dos postos fronteiriços que controla.

"A UNIFIL está profundamente preocupada com as recentes atividades das IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla inglesa) nas proximidades da posição 6-52 da missão, em Marun el Ras, Setor Oeste, dentro do território libanês", alertou a missão da ONU numa mensagem publicada na sua rede social X.

A UNIFIL sublinha que "as IDF foram repetidamente informadas desta situação através dos canais habituais".

A ONU tornou pública esta posição depois de vários `media` irlandeses terem referido a presença de 20 veículos militares israelitas, incluindo tanques e outros veículos blindados, e a instalação de uma posição de fogo barricada perto do posto controlado por militares da Irlanda.

A ONU enviou uma mensagem a Israel por via diplomática a partir de Nova Iorque, na sexta-feira, apelando ao fim da utilização destas posições para ataques, depois de as comunicações diretas entre as forças militares irlandesas e israelitas não terem surtido o efeito desejado.

No sábado, novos disparos tiveram origem na nova posição israelita e os tanques Merkava têm estado ativos na zona nos últimos dias, refere a televisão pública irlandesa.

Anteriormente, Israel tinha pedido à UNIFIL que se retirasse de "vários" postos de controlo ao longo da fronteira.

Em resposta, o Presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, denunciou as "ameaças ultrajantes" feitas por Israel contra os "capacetes azuis" irlandeses.

Higgins criticou a "exigência de Israel de que toda a operação UNIFIL, mandatada pela ONU, parta".

"O contingente irlandês de 347 efetivos faz parte de uma força militar de 10.000 efetivos da UNIFIL", afirmou.

"É escandaloso que as Forças de Defesa de Israel tenham ameaçado esta força de manutenção da paz e tenham querido que se retirassem das aldeias que estavam a defender", afirmou o chefe de Estado irlandês.

O pedido de retirada "não é apenas um insulto à mais importante instituição mundial, que tem 193 Estados membros, mas também um insulto aos militares e às suas famílias que correram riscos para que todos possamos viver em paz e proteger os mais vulneráveis", acrescentou.

Em resposta, a embaixada israelita na Irlanda criticou as declarações "infundadas e inflamatórias" de Higgins e argumentou que o exército tinha pedido que as forças da UNIFIL "abandonassem as áreas de atividade militar para sua própria segurança e proteção".
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