Mais de 150 mortos em violência na comunidade israelo-árabe desde janeiro

por Lusa

Uma mulher de 20 anos tornou-se na 153.ª vítima mortal desde janeiro devido à violência na comunidade israelo-árabe, uma crise que provocou alarme nas forças de segurança de Israel ainda antes da guerra na Faixa de Gaza.

A jovem morreu vítima de um tiro num parque de estacionamento em Ramla, no centro do país, segundo o Serviço de Emergência israelita, Magen David Adom, em comunicado noticiado hoje pelo jornal Times of Israel.

Esta é a oitava mulher israelo-árabe que morreu desde o início do ano, segundo a organização não-governamental Abraham Initiatives, que analisa a violência criminal nesta comunidade.

A pobreza endémica de muitos dos residentes das comunidades árabes do norte de Israel, exacerbada pela última série de crises económicas, bem como pela situação explosiva na Faixa de Gaza, é um dos fatores que levam à violência.

No ano passado, por esta altura, as organizações não-governamentais registavam igualmente cerca de 150 mortes entre janeiro e setembro de 2023, um mês antes do início do atual conflito na Faixa de Gaza, numa situação que as forças de segurança israelitas declararam alarmante.

A guerra foi provocada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas no sul de Israel, onde deixou cerca de 1.200 mortos e levou mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 40 mil mortos, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, e um desastre humanitário, além de ter desestabilizado todo o Médio Oriente.

Nos últimos dias, Israel tem levado a cabo uma operação militar também na Cisjordânia, território palestiniano ocupado que tem sido marcado, desde o início do conflito na Faixa de Gaza, por episódios graves de violência entre militares e colonos israelitas e comunidades locais.

O norte de Israel, onde se regista grande parte da violência da comunidade israelo-árabe, tem sido por sua vez visado por ataques aéreos do movimento xiita libanês Hezbollah, em solidariedade com o seu aliado Hamas, obrigando à fuga de milhares de residentes.

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