Livro com 100 contos baseados em expressões idiomáticas celebra Dia da Língua Portuguesa

por Lusa

Um livro com 100 contos originais baseados em expressões idiomáticas, obra de uma escritora de Montemor-o-Velho, Coimbra, foi editado em Moçambique para celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, comemorado em 05 de maio, disse a autora.

Intitulado "100 Papas na Língua", o livro da escritora Lurdes Breda e da ilustradora Tânia Clímaco, residente em Torres Vedras, inclui precisamente uma centena de contos originais "escritos propositadamente" para a obra editada pela Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa e Camões - Centro Cultural de Maputo.

"Baseiam-se, tal como indica o título da obra, em cem expressões idiomáticas da língua portuguesa, o que lhes confere características muitos peculiares, desde logo, o humor, que é uma constante em todo o livro, devido às situações inverosímeis e caricaturadas aí descritas", disse à agência Lusa Lurdes Breda.

A autora acrescentou que as 100 histórias estão divididas pelas 120 páginas do livro, todas subordinadas a uma expressão idiomática.

"Estas constituem um importante legado coletivo na preservação da nossa identidade cultural, sobretudo ao nível da língua portuguesa e da sua riqueza. Ao longo de todo o livro encontram-se apenas seis ilustrações, pois ilustrar os cem contos seria exagerado", frisou Lurdes Breda, aludindo igualmente aos prazos de edição.

A obra inclui diversas personagens, desde Dom Cornélio Procópio a Zé Concho Taberneiro, passando por Frei Saul Pia-Fino, Belmira Papo-Seco, Nicolau Pica-Miolos, Dona Preciosa da Purificação, Zezito Papa-Léguas ou Godofredo Boa-Vai-Ela, entre muitos outros, "todos a `botar faladura` e sem papas na língua", argumentou.

"Por certo, os próprios leitores irão descobrir todas as histórias com um sorriso nos lábios", enfatizou a escritora.

Lurdes Breda acrescentou que "100 Papas na Língua" estará à venda quer em Portugal, quer em Moçambique: "Está previsto que, nos próximos dias fique disponível para compra `online` no site da livraria Snob, em Lisboa, que é quem representa e distribui [em Portugal] as obras editadas pela Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa", anunciou.

Em Moçambique, "assim que houver condições", o livro será vendido no Centro Cultural de Maputo, adiantou.

Natural do concelho de Montemor-o-Velho, Lurdes Breda é autora de 26 obras e coautora de outras 11, editadas em Portugal, no Brasil e em Moçambique. É conhecida, sobretudo, como escritora de livros para crianças e jovens. Já Tânia Clímaco, professora de Expressão Artística e dinamizadora de oficinas de ilustração, publica trabalhos desde 2009 e define-se como uma "pessoa itinerante, deambulante, passeante, viajante e andarilha", que "desarruma lápis, tintas e pincéis desde sempre".

Na nota que acompanha a divulgação do livro, Lurdes Breda lembra que a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ratificou, em 25 de novembro de 2019, em Paris, o dia 05 de maio como o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se celebra, este ano, pela primeira vez.

"A ratificação desta data é de vital importância para o reconhecimento da língua portuguesa, falada oficialmente em nove países, quatro continentes e a quinta mais utilizada no espaço da Internet. É, ainda, a língua oficial de 260 milhões de pessoas e mais falada no hemisfério sul", assinala.

"Apesar da pandemia [de covid-19] que se vive, não quisemos deixar de assinalar o dia 05 de maio de 2020, como sendo oficialmente o primeiro ano em que se celebra o Dia Mundial da Língua Portuguesa, não só pela importância desta língua no mundo, mas também pela sua resiliência ao longo dos séculos e pela esperança renovada que, sobretudo, agora, nos traz", refere a escritora.

Com prefácio do escritor Afonso Reis Cabral, "100 Papas na Língua" contou com a colaboração e apoio institucional, entre outros, da embaixadora de Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva e do conselheiro cultural da mesma embaixada, João Pignatelli, Dina Trigo de Mira, diretora da Escola Portuguesa de Moçambique e Teresa Noronha, editora responsável na mesma instituição.

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