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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Irão, Coreia do Norte e China criticadas por países ocidentais na ONU por apoio à Rússia

por Lusa
Reuters

Os países ocidentais criticaram esta sexta-feira Irão, Coreia do Norte e China, no Conselho de Segurança da ONU, por apoiarem a Rússia na invasão da Ucrânia, respondendo a acusações russas de instigação do conflito por fornecerem armas a Kiev.

Numa reunião convocada por Moscovo para abordar a transferência de armas ocidentais para a Ucrânia, países como Reino Unido, Estados Unidos e França garantiram que continuarão a fornecer a Kiev meios para se defender dos ataques da Rússia, que na sua ofensiva, segundo frisaram, usa armamento adquirido do Irão e Coreia do Norte, violando resoluções do Conselho de Segurança.

"A Rússia não pode intensificar a guerra a partir do seu próprio território, ao mesmo tempo em que aumenta os ataques à população civil, e esperar que a Ucrânia não tente remover a fonte da ameaça. Continuaremos a fornecer à Ucrânia as capacidades necessárias para defender o seu povo", disse o diplomata britânico Fergus Eckersley, sobre a incursão militar ucraniana na região russa fronteiriça de Kursk.

"Nem o Reino Unido, nem os nossos parceiros procuram um confronto direto com a Rússia, nem uma escalada maior de tensões. Deixem-me ser claro: só há um agressor aqui. Foi a Rússia que, voluntária e deliberadamente, violou a segurança da Europa ao invadir ilegalmente um país soberano", acrescentou.

O embaixador francês, Nicolas de Rivière, advogou que o apoio da comunidade internacional a Kiev "irrita a Rússia porque é um obstáculo aos seus esquemas" e instou todos os Estados a absterem-se de fornecer à Rússia ativos e elementos que possam alimentar a sua guerra de agressão contra a Ucrânia. 

Já o diplomata norte-americano Robert Wood direcionou também criticas à China, por exportar para Moscovo tecnologia e materiais de duplo uso, que estariam a ser usados pela máquina de guerra russa.

"A China não pode ter as duas coisas. Não pode alegar ser a favor da paz e querer melhores relações com a Europa enquanto, ao mesmo tempo, alimenta a ameaça mais significativa à segurança europeia desde o fim da Guerra Fria", afirmou Wood.

O diplomata russo Dmitry Polyansky acusou o ocidente de ter responsabilidade na incursão da Ucrânia na região russa de Kursk, em 06 de agosto, afirmando que "sem a ajuda e sem as armas" ocidentais, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "não teria ousado fazê-lo".

O diplomata russo defendeu que "sem o bombeamento de armas ocidentais, a Ucrânia teria parado de lutar há muito tempo".

A Ucrânia ataca quase diariamente alvos militares e da indústria petrolífera dentro da Federação Russa, numa tentativa de enfraquecer a máquina de guerra russa.

Kiev utiliza `drones` de longo alcance desenvolvidos pela sua própria indústria militar para esses ataques, uma vez que, por medo da reação de Moscovo, os seus aliados não lhe permitem utilizar as armas de longo alcance ocidentais para atingir alvos dentro da Rússia.

Polyansky alegou ainda que as armas fornecidas pelo ocidente à Ucrânia estão a chegar a terroristas na região do Sahel, numa declaração que foi reforçada por um aliado russo, o representante do Mali na ONU, Issa Konfourou, na reunião de hoje. 

"Apelamos aos países que fornecem armas à Ucrânia para garantir que essas armas não caiam nas mãos de grupos terroristas e extremistas no Sahel e na África", instou o diplomata do país africano, onde tem sido registada a presença de grupos paramilitares russos, sobretudo a Wagner.

No início do mês, o Mali cortou relações diplomáticas com a Ucrânia devido ao seu suposto envolvimento --- que Kiev nega --- num ataque de rebeldes que resultou na morte de dezenas de soldados do Mali e de mercenários russos.

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