O Irão prometeu esta quinta-feira uma resposta "brutal" ao ataque israelita de sábado contra as instalações militares iranianas, afirmando que Israel vai "arrepender-se", noticiaram os meios de comunicação locais.
"A recente ação do regime sionista, que atacou partes do nosso país, foi um ato desesperado e a República Islâmica do Irão vai responder de uma forma brutal que fará com que Israel se arrependa", disse Mohammad Mohammadi Golpayegani, chefe de gabinete do líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, segundo a agência noticiosa iraniana Tasnim.
Khamenei elogiou o desempenho da defesa aérea iraniana que "impediu a entrada de aviões de combate do regime sionista no Irão" e afirmou que os danos causados pelos ataques foram "mínimos".
O comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, o general Hossein Salami, avisou que estaria reservada a Israel uma resposta "inimaginável".
"Israel atingiu a fase de colapso e está agora a agir cegamente, sem respeitar quaisquer regras, e a cometer todos os tipos de crimes", acrescentou, segundo a agência Tasnim.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que o país se encontra numa posição de domínio militar sobre o Irão, já que o exército israelita pode atacar "qualquer parte" do território iraniano a qualquer momento, consoante as necessidades.
"As palavras descaradas dos líderes do regime iraniano não podem esconder o facto de que Israel tem hoje mais liberdade de ação do que nunca no Irão. Podemos chegar a qualquer parte do Irão, se necessário", afirmou o primeiro-ministro israelita.
As declarações dos líderes surgem após as Forças de Defesa de Israel (FDI) terem levado a cabo um ataque maciço às infraestruturas militares essenciais do Irão durante o fim de semana, em resposta ao anterior ataque do exército iraniano no início de outubro, que também visou instalações militares israelitas.
O principal objetivo deste ataque, disse Netanyahu, foi reduzir as capacidades de armamento nucleares do Irão.
"Não tirámos nem tiraremos os olhos desse objetivo. Por razões óbvias, não posso detalhar os nossos planos para atingir este objetivo primordial", reiterou o líder israelita, segundo o The Times of Israel.
"Não estou a estabelecer uma data para o fim da guerra, mas estou a fixar objetivos claros para a vitória na guerra. Há um caminho, há uma direção. Há objetivos claros", acrescentou Netanyahu, referindo-se às críticas feitas sobre a abordagem do Governo israelita à guerra.
"Decidimos concentrar-nos inicialmente em atacar militarmente o Hamas em Gaza e não dividir as nossas forças entre dois esforços principais ao mesmo tempo. Depois de termos destruído a força organizada do Hamas e de 90 por cento dos habitantes terem regressado em segurança às suas casas no sul, concentrámos os nossos esforços no norte", afirmou Netanyahu.
O líder israelita garantiu que, sob a sua liderança, o país está a "mudar a realidade estratégica no Médio Oriente", apesar de ainda estar "no olho do furacão", estando por isso "muito grato" pelo apoio prestado pelos Estados Unidos em questões militares e também ao nível diplomático.
O novo conflito no Médio Oriente foi desencadeado em 07 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.
Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 43 mil mortos e 101.500 feridos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.
A guerra alastrou-se ao Líbano, onde, após quase um ano de fogo cruzado ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou desde 23 de setembro um forte ataque contra o grupo xiita libanês Hezbollah Hezbollah, que, segundo as autoridades de Beirute, já provocou mais de 2.800 mortos, a maioria dos quais no último mês, e cerca de 1,2 milhões de deslocados.