Fundador do Telegram indiciado e libertado sob vigilância judicial em França

por Lusa
Steve Jennings - AFP

A justiça francesa indiciou esta quarta-feira o fundador do Telegram, Pável Dúrov, por crimes relacionados com a plataforma de mensagens encriptadas e libertou o franco-russo sob estrita vigilância judicial, divulgou a procuradora de Paris.

O controlo judicial prevê um depósito de cinco milhões de euros, a obrigação de comparecer duas vezes por semana numa esquadra e a proibição de sair do território francês, refere, em comunicado, a procuradora de Paris, Laure Beccuau.

Dúrov foi hoje presente perante a justiça francesa num processo que inclui 12 acusações relacionadas com a divulgação através do Telegram -- plataforma que conta com quase mil milhões de utilizadores -- de conteúdos criminosos relacionados com tráfico de droga, pornografia infantil e burlas.

A lista de crimes inclui a cumplicidade na administração de uma plataforma `online` para permitir transações ilícitas por parte de gangues organizados; a recusa em cooperar com as autoridades através da partilha de documentos ou informações necessárias para evitar atos ilegais; e a cumplicidade em fraudes e tráfico de droga.

O bilionário de origem russa, de 39 anos, foi detido no sábado após aterrar num avião privado no aeroporto privado de Le Bourget, perto de Paris.

Dúrov - que também tem nacionalidade francesa e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) - reside no Dubai, onde a plataforma Telegram tem a sua sede.

Após a detenção do seu fundador e CEO, a empresa associada à Telegram divulgou um comunicado no qual assegura que a plataforma "cumpre as leis da União Europeia (UE), incluindo a Lei dos Serviços Digitais" e que "a sua moderação está dentro dos padrões da indústria da UE e melhora constantemente".

"Pável Dúrov não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa. É absurdo que uma plataforma ou o seu proprietário sejam responsáveis por abusos na sua rede", acrescenta o comunicado.

O fundador do Telegram está também a ser investigado em França por "violência agravada" contra um dos seus filhos, revelou hoje à agência France-Presse (AFP) fonte ligada ao processo.

O crime terá sido cometido contra um filho nascido em 2017, enquanto frequentava a escola em Paris, acrescentou.

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