Empresas estrangeiras em África devem pagar impostos em África, afirmou presidente do BAD

por Lusa

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, afirmou esta sexta-feira que os países africanos "são demasiado generosos" na cobrança de impostos às empresas estrangeiras, defendendo que as que estão em África "devem pagar impostos em África".

"Qualquer empresa que esteja em África e utilize os recursos africanos deve pagar impostos em África. Não é um mundo livre. Precisamos de recursos para nos podermos desenvolver", afirmou Adesina, na conferência de imprensa final dos encontros anuais do BAD, que decorreram em Nairobi.

"Por isso, penso que os países africanos precisam de repensar esta questão, para não estarem a incentivar demasiado. Os incentivos são necessários em termos físicos, mas também é preciso ficar com uma parte do dinheiro", defendeu.

Por isso, afirmou que é necessário "analisar os `royalties` e os impostos que os países africanos deveriam cobrar pelo petróleo, pelo gás, pelos minerais, pelos seus metais".

"Os países africanos são demasiado generosos quando se trata de conceder isenções fiscais às empresas. Não me parece que se possa ir para os Estados Unidos ou para o Canadá ou para qualquer outro país que tenha os incentivos que têm. A proposta de valor deve ser suficiente, são necessários alguns incentivos, mas não se pode dar tudo de graça", apontou.

O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição africana de financiamento do desenvolvimento e está reunido em Nairobi desde segunda-feira para debater "A Transformação de África, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento e a Reforma da Arquitetura Financeira Global".

A edição de 2024 dos encontros anuais do BAD, avançou Adesina , contou com a presença recorde de mais de 8.200 participantes, entre políticos, governantes, economistas e especialistas de várias áreas, de todo o mundo, incluindo uma dezena de chefes de Estado e de Governo de países africanos.

O Grupo BAD conta com 81 Estados-membros, entre 53 países africanos e 28 países fora do continente, incluindo Portugal e Brasil.

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