O Vitória de Guimarães vai tentar fazer história na primeira presença lusa na fase principal da Liga Conferência, à qual chegou depois de um irrepreensível trajeto nas pré-eliminatórias.
Caso consigam chegar, pelo menos, ao play-off de acesso aos oitavos de final, para as equipas classificadas entre o nono e o 24.º lugares – os oito primeiros seguem diretamente para os ‘oitavos’ -, os vimaranenses alcançam um feito inédito.
Em anteriores formatos, o conjunto de Guimarães esteve na fase de grupos da Taça UEFA em 2005/06 e da Liga Europa em 2013/14, 2017/18 e 2019/20, mas nunca conseguiu seguir em frente.
A qualidade de oponentes como Zenit, Bolton, Sevilha e Besiktas (2005/06), Lyon e Betis (2013/14), Marselha e Salzburgo (2017/18) e Arsenal e Eintracht Frankfurt (2019/20) ajudam a explicar o porquê das sucessivas eliminações.
Agora, numa nova fórmula, em que as 36 equipas jogam para a mesma classificação, o Vitória tem bem mais hipóteses, até porque está na terceira competição da hierarquia da UEFA.
Os italianos da Fiorentina, finalistas vencidos das últimas duas edições e ‘carrascos’ do Sporting de Braga no play-off de acesso aos ‘oitavos’ de 2022/23, são os oponentes diretos mais categorizados, já a fechar, em casa, em 19 de dezembro.
No Estádio D. Afonso Henriques, jogam ainda os eslovenos do Celje, que afastaram os vimaranenses na segunda pré-eliminatória da época passada, a abrir, na quarta-feira, e os checos do Mladá Boleslav, na terceira ronda, em 07 de novembro.
Em reduto alheio, o Vitória joga na Suécia, com o Djurgarden, em 24 de outubro, na segunda jornada, e consecutivamente no Cazaquistão, com o Astana, em 28 de novembro, e na Suíça, com o St. Gallen, em 12 de dezembro, na quarta e quinta jornadas.
Os minhotos podem, assim, sonhar com o apuramento, depois de uma brilhante fase de qualificação, em que 'despacharam' os malteses do Floriana, os suíços do Zurique e os bósnios do Zrinjski – seis vitórias em seis jogos, com 17-0 em golos.
Com este registo, o Vitória colocou um ponto final em duas eliminações consecutivas nas pré-eliminatórias – a primeira, em 2022/23, perante os croatas do Hajduk Split -, e na malapata dos clubes portugueses na terceira prova da UEFA.
Além dos vimaranenses, também tinham falhado a fase de grupos o Paços de Ferreira e o Santa Clara (2021/22), o Gil Vicente (2022/23) e o Arouca (2023/24).
Desta vez, o Vitória, de Rui Borges, conseguiu o apuramento e agora vai em busca de mais, naquela que será a sua 21.ª presença nas taças europeias, nas quais se estreou em 1969/70, na Taça das Cidades com Feira.
Na sua história nas provas da UEFA, os minhotos têm como grande registo a presença nos quartos de final da Taça UEFA, em 1986/87, com o treinador Marinho Peres ao leme e jogadores como Paulinho Cascavel, Ademir, Nascimento, N’Dinga, Roldão, Jesus, Miguel, Heitor, Costeado, Adão ou Basaula.
Este feito é muito difícil de igualar, mas em Guimarães há uma equipa confiante, como tem demonstrado neste início de época, em que, além do apuramento europeu, está a conseguir manter-se nos lugares cimeiros da I Liga portuguesa.