Especial
Parlamento encerra discussão do Orçamento do Estado para 2025 com votação final global

Paris2024. Ministra do Desporto condena ataque à rede ferroviária

por Lusa
O ataque à rede ferroviária acontece mesmo antes dos Jogos começarem Ali Haider - EPA

A ministra do Desporto francesa classificou de sabotagem o “ataque massivo” contra a rede ferroviária e disse que autoridades estão a avaliar o impacto nas deslocações e a garantir o transporte das delegações para os locais de competição.

A companhia ferroviária nacional francesa (SNCF) reportou esta sexta-feira “um ataque massivo” que visou paralisar a sua rede ferroviária de alta velocidade (TGV), horas antes da abertura dos Jogos Olímpicos em Paris, e que vai afetar mais de 800 mil pessoas nos próximos dias.

A ministra do Desporto, Amélie Oudéa-Castera, condenou aqueles que querem “sabotar” os “Jogos dos Atletas”.

Jogar contra os Jogos é jogar contra a França, contra o seu próprio campo, contra o seu país”, disse Amélie Oudéa-Castera, em declarações à televisão BFM, sublinhando que os Jogos Olímpicos 2024 foram “preparados com muito cuidado por várias centenas de milhares de pessoas durante quase 10 anos”.

O ataque está a afetar as linhas Atlantique, Nord e Est do comboio de alta velocidade (TGV) , que foram incendidas de noite.

Em conferência de imprensa, o ministro dos Transportes, Patrice Vergriete, falou de “consequências muito graves” para o tráfego ferroviário.

Já a presidente da região de Paris, Valérie Pécresse, denunciou “uma tentativa de desestabilizar a França” num dia chave para o país, a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos.

Os ataques consistiram em incêndios provocados de forma coordenada em condutas de cabos de energia de sinalização e comunicação.

Problemas vão durar

Os problemas de trânsito vão durar pelo menos todo o fim de semana e ocorrerão não só no dia da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, mas também em dias especiais de partida e entrada de férias.

As linhas afetadas, com atrasos e suspensões, são as dos eixos Norte (que incluem também o TGV para Londres, Bruxelas, Amesterdão e Alemanha), Oeste (Bretanha, Bordéus) e Este (Estrasburgo, Frankfurt).

As estações Norte, Este e Montparnasse foram especialmente afetadas, com milhares de viajantes retidos hoje de manhã.

O quarto eixo do TGV de Paris, o sudeste (Lyon, Marselha), foi salvo porque uma tentativa de sabotagem contra a linha “foi frustrada”, detalhou a SNCF.

Estima-se que só hoje existem 250 mil viajantes afetados.

A escolha dos pontos onde ocorreram os incêndios sugere que os autores, para além de coordenados, possuem conhecimentos técnicos, segundo a SNCF.

O Ministro dos Transportes descreveu os acontecimentos como “um ato criminoso escandaloso” e destacou também a “coordenação” dos incêndios, que ocorreram aproximadamente “ao mesmo tempo”, por volta das 4h00 locais (3h00 em Lisboa).

É preciso arranjar cabo a cabo, é quase um trabalho de ourives”, explicou um alto funcionário da empresa na conferência de imprensa.

O presidente da Câmara de Paris, Laurent Nunez, anunciou, por sua vez, o envio de reforços policiais para as principais estações da capital para garantir a segurança dos passageiros e das instalações.


PUB