Marchand atesta credenciais no regresso com furor de Biles

por Lusa
Reuters

O nadador francês Léon Marchand atestou hoje o estatuto de recordista mundial dos 400 metros estilos com um triunfo categórico no segundo dia de Paris2024, que viu a campeoníssima ginasta Simone Biles regressar ao palco olímpico.

Quase um ano depois de ter ‘bisado’ nos Mundiais de Fukuoka, no Japão, quebrando o mais antigo máximo mundial em vigor na natação pura (4.03,84 minutos) - definido pelo ‘lendário’ norte-americano Michael Phelps nos Jogos de Pequim2008 - Marchand selou uma nova marca olímpica (4.02,95) sem ter concorrência à altura na capital do seu país.

O japonês Tomoyuki Matsushita, a 5,67 segundos, e o norte-americano Carson Foster, a 5,71, perfizeram o primeiro pódio olímpico do gaulês, de 22 anos, que melhorou o sexto lugar de Tóquio2020, apesar de ter ficado a 45 centésimos do melhor registo de sempre.

A obtenção de novos recordes mundiais continua ‘alheada’ das finais da natação, numa segunda jornada em que o italiano Nicolò Martinenghi triunfou tangencialmente nos 100 metros bruços (59,03 segundos) e inviabilizou o terceiro ouro seguido do britânico Adam Peaty (59,05), que repartiu a prata com o norte-americano e campeão mundial Nic Fink.

Os Estados Unidos assistiram também à vitória de Torri Huske nos 100 mariposa (55,59) sobre a compatriota e recém-recordista Gretchen Walsh (55,63) e a chinesa Zhang Yufei (56,21), ressaltando como único país a bater a dezena de medalhas (12) em Paris2024.

A ‘Team USA’ prossegue na terceira posição do medalheiro, com três ouros, menos um face à Austrália, cujo único êxito no segundo dia de provas foi assegurado pela canoísta Jessica Fox em K1, mas seria insuficiente para evitar a ‘colagem’ do Japão na liderança.

Com apenas um ouro e um bronze na véspera, os nipónicos aproveitaram os triunfos da skater Coco Yoshizawa, do judoca Hifumi Abe ou do esgrimista Koki Kano em espada e igualaram as quatro vitórias dos australianos, que perdem em ‘metais’ (seis contra sete).

Yoshizawa, de 14 anos, venceu a prova de street, que teve a compatriota Liz Akama, de 15, como ‘vice’ e eternizou a brasileira Rayssa Leal, com 16 anos, seis meses e 24 dias, como a mais nova a repetir pódios em duas Olimpíadas, volvida a prata em Tóquio2020.

Já Hifumi, detentor de quatro cetros mundiais, revalidou o título olímpico na categoria de -66kg, apenas ‘ensombrado’ pelo choro compulsivo da irmã e também ‘tetra’ mundial Uta, que foi eliminada cedo em -52 kg pela líder do ranking e nova campeã, a uzbeque Diyora Keldiyorova, desfazendo a condição de invencível que repartia com o irmão desde 2019.

No tiro com arco, a Coreia do Sul reforçou um ‘reinado’ de 36 anos e 10 títulos no evento por equipas femininas, mas necessitou de um dramático desempate frente à China (5-4) para ‘segurar’ uma das sequências de imbatibilidade mais extensas em Jogos Olímpicos.

O tiro com pistola a 10 metros, nos dois géneros, e o ciclismo cross-country, na vertente feminina, somaram novos campeões num dia solarengo em Paris - por oposição à chuva constante desde a Cerimónia de Abertura -, enquanto Simone Biles regressou com furor.

Três anos depois de ter intercalado um bronze em Tóquio2020 com várias desistências, assumindo publicamente a sua incapacidade para competir e liderando o debate sobre a saúde mental dos atletas, a norte-americana apurou-se sem problemas para as decisões dos concursos completos individual e coletivo, tal como das provas de salto, trave e solo.

Simone Biles, de 27 anos, deu espetáculo perante uma plateia de ‘ilustres’, indiferente a algumas questões físicas, que a levaram a disputar parte das qualificações com a perna esquerda enfaixada, e procura reforçar um dos palmarés gímnicos mais ricos, com sete medalhas olímpicas (quatro de ouro) e 30 mundiais e cinco elementos em nome próprio.

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