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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

UE e países do Golfo apelam a cessar-fogo de Gaza ao Líbano

por Lusa

A União Europeia (UE) e os países do Conselho de Cooperação do Golfo apelaram hoje a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Israel e Líbano, na primeira cimeira entre os dois blocos político-económicos.

O conflito no Médio Oriente era um dos principais tópicos de uma cimeira que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu como "histórica".

Na declaração conjunta aprovada ao final da tarde de hoje, os dois blocos "expressaram grande preocupação com os desenvolvimentos em Israel, Gaza e na Cisjordânia".

"Apelamos à implementação da resolução das Nações Unidas, incluindo um cessar-fogo imediato, completo e total, a libertação de todos os reféns, a troca de prisioneiros palestinianos, assim como o acesso imediato e desimpedido de apoio humanitário para a população civil", que inclua uma "distribuição eficaz e em segurança" dessa ajuda no enclave palestiniano.

A UE e o Conselho para a Cooperação do Golfo pediram a todas as partes para "cumprirem com as obrigações no âmbito do direito internacional, incluindo a lei humanitária internacional", refreando quaisquer ataques contra civis e contra infraestruturas civis críticas.

Os dois blocos também estão de acordo quanto à necessidade de concretizar a solução dos dois Estados (palestiniano e israelita), que "vivam lado a lado em paz dentro de fronteiras seguras e reconhecidas", baseadas no plano internacional que confere ao Estado da Palestina os territórios atualmente ocupados.

"Estamos preocupados com as tensões cada vez maiores na região e pedimos a todas as partes que exerçam contenção, para evitar uma escalada ainda maior e que se dediquem aos esforços diplomáticos", dá conta a declaração conjunta.

Sobre a Ucrânia, o outro conflito que dominou a agenda da cimeira, os dois blocos encontraram uma formulação que não compromete posições que são opostas em alguns pontos: a UE e os países do Golfo concordam que a soberania e integridade territorial da Ucrânia têm de ser respeitadas de acordo com as fronteiras reconhecidas internacionalmente.

Contudo, alguns países do Conselho de Cooperação do Golfo, como a Arábia Saudita, rejeitam uma posição que afronte Moscovo e por isso, os dois blocos concordarem em "recordar a resolução" da Organização das Nações Unidas", votada em 02 de março de 2022, que "deplora a invasão russa da Ucrânia", exigindo a "retirada total das forças russas e a reversão de decisão [por parte do Kremlin] de reconhecer a independência das autoproclamadas repúblicas do Donetsk e do Lugansk (territórios ucranianos ocupados pela Rússia).

A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, votaram a favor desta resolução. Mas, deste modo, a declaração conjunta de hoje não é uma posição taxativa a condenar a Rússia, apoiando-se numa resolução da ONU aprovada há mais de dois anos.

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