Tropas israelitas fazem dezenas de mortos ao longo da Faixa de Gaza

por Joana Raposo Santos - RTP
No centro de Gaza, 11 pessoas, incluindo seis crianças e um médico, morreram em três ataques aéreos esta quarta-feira. Ramadan Abed - Reuters

Mais 20 pessoas morreram nos mais recentes ataques israelitas contra várias cidades da Faixa de Gaza, de acordo com os médicos palestinianos. Entretanto, tanques israelitas avançaram esta quarta-feira por áreas da cidade de Khan Younis, a sul da Faixa de Gaza, um dia após uma nova ordem de evacuação.

Segundo vários habitantes ouvidos pela agência Reuters, os tanques irromperam pela região apenas um dia após as forças israelitas terem lançado uma nova ordem de evacuação, depois de terem sido disparados rockets a partir dessa área.

Já no centro de Gaza, 11 pessoas, incluindo seis crianças e um médico, morreram em três ataques aéreos. Cinco das vítimas mortais estavam na fila de uma padaria, numa altura em que a escassez de bens alimentares é cada vez mais preocupante na região.

Em Rafah, junto à fronteira com o Egipto, outros nove palestinianos morreram, de acordo com as autoridades de saúde regionais. Além disso, as forças militares de Telavive dispararam pelo quinto dia consecutivo contra o hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza.

"Os drones estão a largar bombas cheias de estilhaços que ferem quem quer que se atreva a deslocar-se", alertou o diretor do hospital, Hussam Abu Safiya. "Esta situação é extremamente urgente".

Os habitantes das cidades de Jabalia, Beit Lahiya e Beit Hanoun disseram, por sua vez, que Israel fez explodir dezenas de casas. Os palestinianos têm vindo a acusar o Exército israelita de querer expulsar a população do sul de Gaza através de evacuações forçadas e bombardeamentos, criando assim uma "zona tampão".

Israel nega estas acusações, garantindo que apenas regressou a essa zona para impedir que os elementos do Hamas se reagrupem numa área de onde já tinham sido eliminados.
"Violações graves"
Desde 7 de outubro do ano passado, data em que o Hamas lançou um ataque sem precedentes em território israelita, as retaliações das forças de Israel já mataram mais de 44 mil palestinianos.

A par da guerra em Gaza, no Líbano permanece em vigor um cessar-fogo frágil, com Israel e Hezbollah a trocarem acusações de violação da trégua. Esta quarta-feira, o Ministério libanês da Saúde anunciou que os ataques israelitas no país já fizeram mais de quatro mil mortos e feriram mais de 16 mil pessoas.

Esta quarta-feira, o Fundo Global de Pensões do Estado norueguês excluiu a empresa telefónica israelita Bezeq da carteira de investimentos devido ao risco de a companhia poder colaborar em "violações graves" de direitos em situações de guerra.

A Bezeq fornece serviços de telecomunicações a empresas e a pessoas em colonatos israelitas na Cisjordânia, mas também em zonas palestinianas, afirmou o conselho executivo do fundo em comunicado.

Ontem, os Estados Unidos instaram Israel a investigar as alegações de que os seus ataques aéreos mataram trabalhadores humanitários em Gaza, disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, expressando indignação pelo recente assassinato de um funcionário da organização humanitária Save the Children.

c/ agências
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