Timor-Leste pede defesa dos direitos do povo palestiniano e reconciliação
A vice-ministra para os Assuntos da Associação das Nações do Sudeste Asiático de Timor-Leste pediu, em Nova Iorque, a defesa dos direitos do povo palestiniano e iniciativas diplomáticas para alcançar a paz na região.
Milena Rangel falava, na segunda-feira, na reunião ministerial do Movimento dos Não-Alinhados, realizada na sede das Nações Unidas, subordinada ao tema "Proteger os Civis em Conflitos Armadas: Solidariedade com o Povo Palestiniano", à margem da 79ª Assembleia-Geral da ONU.
"A posição do Movimento dos Não-Alinhados é clara e inequívoca: devemos defender os direitos do povo palestiniano e assegurar a sua proteção em conformidade com o direito internacional e o direito humanitário", afirmou.
Para Milena Rangel, é preciso "fortalecer os esforços coletivos de assistência humanitária" e promover o "diálogo e as iniciativas diplomáticas para alcançar a paz e a reconciliação na região".
O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Mustafa, pediu ao Movimento dos Não-Alinhados para transformarem o apoio em "esforços políticos, diplomáticos e jurídicos concretos" para acabar com a "ocupação israelita, desmantelar o sistema de `apartheid` e alcançar a liberdade palestiniana juntamente com uma paz justa e duradoura".
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.205 pessoas, na maioria civis, incluindo reféns em cativeiro.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 33 dos quais entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.
A guerra, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 41.455 mortos (quase 2% da população) e 95.878 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo destes 11 meses e meio de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.