Paris e Berlim saúdam libertação de primeiros reféns do Hamas

por Lusa

França e a Alemanha saudaram hoje a libertação do primeiro grupo de reféns do movimento islamita palestiniano Hamas, sequestrados durante o ataque perpetrado a 07 de outubro em território palestiniano.

O Governo francês expressou a sua satisfação pela libertação de 24 reféns do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- que desde 2007 controla a Faixa de Gaza e está classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -, alertando de que continuará mobilizado para obter a libertação dos reféns de nacionalidade francesa, estimados em oito pessoas.

"França saúda a libertação de um primeiro grupo de 24 reféns (13 israelitas, 10 tailandeses e um filipino) e a entrada em vigor de um acordo de cessar-fogo de quatro dias e pede a libertação de todos os sequestrados" pelo Hamas, comunicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O executivo francês deu a entender que entre este primeiro grupo não há qualquer refém de nacionalidade francesa. Mas há oito cidadãos franceses cujo paradeiro é desconhecido, pelo que há hipóteses de se encontrarem nas mãos do Hamas.

"A libertação de todos os nossos compatriotas é uma prioridade absoluta para França, e estamos a trabalhar sem parar para consegui-la", declarou o MNE, que em nenhum momento forneceu uma estimativa oficial do número de reféns franceses.

Segundo a comunicação social francesa, entre o grupo de oito cidadãos franceses por localizar, há três menores -- dois de 12 anos e um de 16 -- que poderão ter sido sequestrados.

Paris felicitou também o Qatar, o Egito e os Estados Unidos pelo seu trabalho de mediação, bem como a Cruz Vermelha, que foi à Faixa de Gaza buscar os reféns e transportá-los para fora daquele território palestiniano.

Entretanto, também o Presidente da República francês, Emmanuel Macron, se pronunciou sobre esta matéria, assegurando às famílias dos reféns franceses a sua "determinação" em obter a respetiva libertação.

"Saúdo a libertação de um primeiro grupo de reféns (...) Penso em especial nos reféns franceses e suas famílias. Podem contar com a nossa determinação", escreveu Macron na rede social X (antigo Twitter).

"Continuamos mobilizados ao lado dos mediadores para obter a libertação de todos", acrescentou.

Por sua vez, o Governo alemão saudou também a libertação dos primeiros reféns do Hamas, entre os quais quatro germano-israelitas.

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, declarou-se hoje "infinitamente aliviada" com o êxito da operação.

O Governo alemão "está extremamente reconhecido a todos os que contribuíram para esta libertação", em particular o Qatar, o Egito e a Cruz Vermelha, indicou a chefe da diplomacia num comunicado, considerando "agora essencial que todos respeitem os acordos concluídos para que mais reféns sejam libertados nos próximos dias".

Um total de 24 reféns -- 13 israelitas, dez tailandeses e um filipino -- foram hoje entregues ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Faixa de Gaza pelo Hamas, anunciou o Qatar, principal mediador do conflito.

Trinta e nove prisioneiros palestinianos -- mulheres e menores -- foram libertados da prisão em Israel, em troca dos reféns, indicou o Clube dos Prisioneiros, uma organização não-governamental (ONG) que defende os presos palestinianos.

Este cessar-fogo em Gaza, iniciado hoje de madrugada, é o primeiro em sete semanas de guerra, após bombardeamentos incessantes daquele enclave palestiniano pobre e uma ofensiva terrestre desde 07 de outubro, em retaliação ao ataque perpetrado por combatentes do Hamas infiltrados em território israelita, que fez 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.

O Exército israelita estimou em cerca de 240 o número de pessoas sequestradas pelo Hamas a 07 de outubro e desde então mantidas em cativeiro na Faixa de Gaza.

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