Netanyahu diz que Israel está preparado para uma guerra contra o Irão

por RTP
Eduardo Munoz - Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou esta sexta-feira que o seu país está a vencer a guerra e que anseia pela paz. Porém, enfrentará inimigos como Teerão até ao final e avisa que "não há nenhum lugar no Irão que Israel não possa alcançar". Dezenas de membros de delegações abandonaram a sala e vaiaram Netanyahu.

Era uma das presenças mais esperadas na Assembleia Geral. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu falou esta sexta-feira perante líderes dos 193 países da ONU.

Quando foi chamado para discursar, dezenas de elementos de delegações saíram da sala entre vaias e alguns aplausos. O presidente da sessão teve que intervir para pedir silêncio. A delegação do Irão foi uma das que se levantou do plenário antes do início do discurso de Netanyahu.

Durante o discurso e sem mencionar nomes, acusou alguns líderes que já tinham discursado na Assembleia Geral da ONU de antissemitismo.

"Eu não pretendia vir aqui, este ano. O meu país está em guerra, a lutar pela sua sobrevivência. Mas depois de ouvir mentiras contra meu país por muitos aqui, resolvi vir", declarou.

"Israel procura a paz, defende a paz, e vai tornar a concretizar a paz. No entanto, enfrentamos um inimigo selvagem e precisamos combatê-lo", acrescentou.
"Não há nenhum lugar no Irão que Israel não possa alcançar"
Ao longo da intervenção, Netanyahu mostrou um mapa do Irão sombreado a negro com a legenda "a maldição" e outro com a inscrição, "benção", que explicou. 

No ano passado houve uma “benção” que se apresentou na forma de um acordo de normalização de relações entre a Arábia Saudita e Israel, “mas depois veio a maldição de 7 de outubro”. E continuou, afirmando que Israel enfrenta hoje, também “a maldição da agressão incessante do Irão”.

Em tom de pressão, lembrou à comunidade de lideres ocidentais que: "Não estamos só a defender-nos. Também estamos a defender-vos contra um inimigo comum que ameaça o nosso modelo de vida", afirmou o primeiro-ministro israelita referindo-se ao Irão.

Acusou ainda o Irão de ter bombardeado Israel, diretamente e pela primeira vez, com mísseis disparados de território iraniano, nesta quinta-feira.

E garantiu estar preparado para uma guerra contra o Irão: "Se vocês nos atacarem, nós vos atacaremos".

Ao apontar o envolvimento de Teerão em diversos ataques sofridos em território israelita assegurou que “não existe local no Irão que o longo braço de Israel não possa alcançar e isso é verdade para todo o Médio Oriente”.

O primeiro-ministro israelita também deixou claro que "enquanto o Hezbollah escolher o caminho da guerra, Israel não tem outra opção". Israel prosseguirá os ataques no Líbano.
"Governo civil local" em Gaza
Em quase um ano de guerra na Faixa de Gaza, Israel já matou ou capturou "mais da metade dos 40 mil soldados do Hamas", afirmou Netanyahu. Alega ainda estar "pronto para apoiar uma administração civil local comprometida com a paz".

"Essa guerra pode ter um fim agora. Tudo o que falta é que o Hamas se renda, entregue as armas e devolva os reféns", afirmou. "Não queremos ver uma só pessoa, uma só pessoa inocente, morrer. Isso é sempre uma tragédia", sublinhou.

Netanyahu citou ainda uma passagem na Bíblia que diz que "a alternativa de Israel não falhará". "Essa promessa antiga sempre foi mantida, e irá ser sempre mantida", garantiu.

Os ataques de Israel ao Hezbollah completam uma semana nesta sexta-feira, com mais de 700 mortes. Em Gaza, as vítimas mortais ultrapassam as 41 mil pessoas. Israel reporta mais de 1700 mortos.
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