Nagasaki não convida Israel para cerimónia anual da bomba atómica devido a Gaza
A cidade japonesa de Nagasaki decidiu não convidar o embaixador israelita no Japão para a cerimónia anual de homenagem às vítimas da bomba atómica deste ano, face à ofensiva do país em Gaza.
O presidente da Câmara Municipal da cidade do sudoeste japonês, a última a ser alvo de um bombardeamento nuclear tal como Hiroshima, anunciou "a difícil" decisão em conferência de imprensa, explicando ter sido tomada devido à situação humanitária na Faixa de Gaza e a perceção do conflito no mundo.
Shiro Suzuki acrescentou que não podia excluir a possibilidade de incidentes inesperados devido à eventual presença do representante diplomático na cerimónia de 09 de agosto.
"O mais importante é apresentar as condolências às vítimas da bomba atómica. Ao mesmo tempo, gostaríamos de expressar a nossa forte determinação em alcançar a paz permanente no mundo", disse Suzuki, de acordo com a emissora pública japonesa NHK.
Suzuki disse que ia enviar uma carta ao embaixador israelita para pedir o fim imediato da violência em Gaza e que, como habitualmente, ia convidar o embaixador palestiniano.
A decisão de Nagasaki surgiu depois de as autoridades de Hiroshima terem decidido manter o convite a Israel.
Além do representante israelita, a cidade de Nagasaki decidiu, por seu lado, retirar a Rússia e a Bielorrússia da lista de convidados para a cerimónia devido à invasão da Ucrânia, deixando 154 países e territórios a serem convidados para a comemoração deste ano.