Morte de Haniyeh provoca aumento do preço do petróleo nos EUA

por Carla Quirino - RTP
WANA via Reuters

O preço do petróleo subiu mais de dois dólares o barril na quarta-feira, poucas horas depois da notícia da morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh. Perante a possível escalada de violência no Médio Oriente, os investidores estão a dar sinais de nervosismo.

Os receios sobre uma escalada regional da guerra Israel-Hamas estão a alimentar preocupações sobre a produção e distribuição de petróleo proveniente do Médio Oriente que produz cerca de um terço das necessidades globais.

Os preços do petróleo de referência dos EUA subiram 2,64 dólares colocando o barril a 77,38 dólares. O petróleo Brent passou a custar mais 2,38 dólares, fixando o barril a 80,45 dólares.
Impacto nos preços do petróleo
Os investidores estão a observar de perto a instabilidade política no Oriente Médio para detetar sinais de escalada de hostilidades entre Israel e o Irão. 

Haniyeh foi assassinado na capital do Irão depois de comparecer à posse do novo presidente do país, disse o grupo militante. Autoridades iranianas e o Hamas culparam Israel pelo ataque que matou Haniyeh mas Telavive ainda não confirmou responsabilidade na ação.

“Acredito que o fato de o assassinato ter ocorrido em solo iraniano aumenta o risco e o perigo de interrupção real do fornecimento, daí os preços do petróleo estarem a aumentar”, declarou Tamas Varga, analista de petróleo da PVM Associates, à CNBC.

Caso haja um alastramento da guerra na região o fornecimento do petróleo pode estar ameaçado, e será inevitável o aumento dos preços da energia. Mais da metade de todas as reservas de petróleo bruto estão na região, de acordo com estimativas atuais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

Nem Israel, que tem apenas duas refinarias de petróleo e capacidade de produção de pouco menos de 300 mil barris por dia, nem os territórios palestinianos são produtores-chave de petróleo, revelam os dados da Energy Information Administration. Por isso, os analistas temem o risco crescente do conflito, se alastrar a outros países do Oriente Médio, onde estão os grandes produtores.

Apesar do salto nos preços do petróleo, os especialistas acreditam que as últimas hostilidades regionais não elevem a gasolina a preços mais altos – isto, no caso norte-americano.

Patrick De Haan, analista da GasBuddy, observou que os preços do petróleo caíram na terça-feira devido à desaceleração económica da China estar a durar mais tempo que o previsto

“Os saltos desta quarta-feira no preço do petróleo compensaram amplamente a queda no início desta semana”, afirmou Haan à CBS MoneyWatch.

"Não devemos ver os preços da gasolina subirem, ainda. Mas se acontecer, será porque o petróleo está a aumentar além de 80 - 82 dólares (o barril). Isso trará um impacto real aos consumidores", explica o analista.
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