Media internacional pede "acesso imediato e independente" a Gaza

por Lusa

Mais de 60 meios de comunicação social internacionais publicaram hoje uma carta aberta na qual apelam a Israel que autorize o "acesso imediato e independente" de jornalistas à Faixa de Gaza, após nove meses de guerra.

Meios como a CNN, a BBC e a Agence France-Presse apelam "às autoridades israelitas para que ponham imediatamente termo às restrições impostas aos meios de comunicação social estrangeiros que entram na Faixa de Gaza" e "concedam acesso independente" à imprensa que deseje deslocar-se ao território".

Após nove meses de conflito, "os jornalistas internacionais continuam a não ter acesso a Gaza, com exceção de raras viagens escoltadas organizadas pelo exército israelita", denunciam os signatários, entre os quais se conta ainda o Guardian e o New York Times.

Estas restrições impuseram um "fardo impossível e irracional" aos jornalistas locais para documentarem esta guerra que eles próprios enfrentam, acrescentam os meios.

Segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas, uma associação com sede em Nova Iorque que coordenou a carta aberta, mais de 100 jornalistas foram mortos desde o início da guerra, tornando o conflito num dos mais mortíferos. Os que restam estão a trabalhar em condições de "extrema privação".

No início de 2024, mais de 30 meios de comunicação social internacionais tinham apelado à proteção dos jornalistas palestinianos que permanecem em Gaza.

A ofensiva israelita em Gaza provocou uma catástrofe humanitária e causou até agora 38.345 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza, território palestiniano gerido pelo Hamas e sob bloqueio israelita desde 2007.

Esta guerra seguiu-se a um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 07 de outubro, que provocou a morte de 1.195 pessoas, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.

Tópicos
PUB