O exército de Israel reivindicou hoje a autoria do ataque que matou no domingo, em Beirute, quatro pessoas, incluindo o principal porta-voz do movimento xiita libanesa Hezbollah, Mohamed Afif.
Afif esteve em contacto direto com altos funcionários do Hezbollah para levar a cabo as "atividades terroristas" do grupo contra Israel, disseram, num comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).
As IDF salientaram que Afif dirigiu as operações do Hezbollah no terreno para promover a "campanha de propaganda e terror psicológico" do movimento e acusaram o porta-voz de glorificar e incitar "atividades terroristas" contra Israel.
O Hezbollah confirmou a morte de Afifi, num atentado bombista contra a sede em Beirute do Partido Socialista Árabe Baath, o braço libanês do partido pan-árabe que mantém Bashar al-Assad no poder na Síria.
Num novo balanço, o Ministério da Saúde Pública libanês elevou para quatro o número de mortos do ataque, que "feriu outras 14, incluindo duas crianças".
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Ismail Baghaei, condenou a morte de Afifi, que definiu como "voz da nação libanesa", descrevendo o bombardeamento israelita como um "ato terrorista", segundo a agência de notícias oficial iraniana IRNA.
O Hezbollah faz parte do chamado eixo da resistência, uma aliança informal de milícias e países que operam no Médio Oriente sob a influência do Irão, que inclui também milícias xiitas no Iraque, no Afeganistão e no Paquistão, os rebeldes Huthis no Iémen e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Após a ação contra Afif, Israel lançou outro ataque contra o oeste de Beirute, causando a morte de pelo menos duas pessoas e ferimentos em outras 22, segundo o ministério.
O exército israelita lançou uma intensa campanha de bombardeamento no Líbano em 23 de setembro e uma ofensiva terrestre no sul do país em 30 de setembro.
As forças armadas dizem querer neutralizar o Hezbollah para permitir o regresso dos habitantes do norte de Israel, deslocados por mais de um ano de disparos de projéteis no seu território.
Quase 3.500 pessoas morreram desde que, a 08 de outubro de 2023, o movimento libanês lançou uma "frente de apoio" ao Hamas, no dia seguinte ao início da guerra em Gaza, na sequência do ataque sem precedentes do movimento palestiniano em solo israelita.