Israel reclama eliminação de 150 combatentes palestinianos na última semana

por Lusa

O Exército israelita afirmou hoje que eliminou cerca de 150 combatentes palestinianos na última semana durante operações na Cidade de Gaza, no norte do enclave palestiniano, bem como as infraestruturas que utilizavam.

Segundo um comunicado do Exército, as brigadas Alexandroni e Hazken entraram em várias construções onde se encontravam os milicianos, "incluindo um edifício num bairro civil onde um terrorista do [grupo islamita palestiniano] Hamas estava barricado" no coração da capital do território.

Nos edifícios, encontraram armas e munições, bem como equipamento do comando naval do grupo palestiniano, embora não tenha sido especificada a quantidade ou os tipos de armamentos.

"As tropas realizaram ataques e buscas numa área usada pelo Hamas para reconstruir as suas capacidades militares dentro da sede da UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina]", descreveu o Exército.

Ao mesmo tempo, os serviços de emergência do território palestiniano atualizaram para 24 o número de mortos em ataques israelitas hoje na Faixa de Gaza.

O Hamas, cujo ataque a Israel em 07 de outubro desencadeou a guerra no território, vê nestas operações militares uma resposta de Telavive ao parecer emitido na sexta-feira pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que considerou ilegal a ocupação dos territórios palestinianos desde 1967.

A decisão foi descrita como "histórica" pelos palestinianos e "falsa" por Israel.

Um ataque atingiu o campo de Nousseirat, no centro do enclave, matando duas mulheres e uma criança, disse um funcionário do hospital al-Awda citrado pela agência France Presse (AFP).

A Defesa Civil registou outras nove mortes em ataques na Cidade de Gaza.

O Hospital Al-Awda indicou que admitiu quatro crianças feridas enquanto brincavam no telhado das suas casas após um ataque de um `drone` israelita em Al-Bureij (centro).

Em 07 de outubro, comandos do Hamas infiltrados a partir da Faixa de Gaza levaram a cabo um ataque sem precedentes no sul de Israel, que resultou na morte de 1.195 pessoas, na maioria civis, segundo as autoridades israelitas.

Das 251 pessoas raptadas naquele dia, 116 continuam detidas na Faixa de Gaza, das quais 42 estão mortas, de acordo com o Exército.

Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que considera uma organização terrorista juntamente com os Estados Unidos e a União Europeia, e lançou uma ofensiva aérea e depois terrestre na Faixa de Gaza que provocou até ao momento 38.919 mortos, na maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo local liderado pelo movimento islamita.

Em Israel estão previstos para hoje novos protestos contra o Governo liderado por Benjamin Netanyahu e para pedir um acordo que permita a libertação dos reféns.

Netanyahu acredita que o aumento da "pressão militar" sobre o Hamas é uma forma de promover um acordo para a libertação dos reféns.

A guerra levou à deslocação de mais de metade da população no pequeno território ameaçado pela fome e onde nenhum lugar é seguro, segundo a ONU.

À medida que a guerra avança, Netanyahu deverá viajar para Washington e discursar no Congresso na quarta-feira. Espera-se que se encontre com o Presidente norte-americano, Joe Biden, se este recuperar da infeção por covid-19.

Na sexta-feira, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, reafirmou a determinação de Washington num acordo de cessar-fogo.

Mas isto "não é suficiente", é "essencial para garantir um plano" para o pós-guerra em Gaza, "para governação, segurança, ajuda humanitária, reconstrução", disse Blinken.

Washington reafirmou o seu compromisso com a solução de dois Estados para a resolução do conflito que dura há décadas, após a adoção pelo parlamento israelita de uma resolução que se opõe à criação de um estado palestiniano cuja autoridade se estenderia pela Cisjordânia e Faixa de Gaza.

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