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Israel diz que instalações nucleares do Irão estão mais vulneráveis do que nunca

por Lusa

O novo ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou hoje que "o Irão está mais vulnerável do que nunca a um ataque contra as suas instalações nucleares" e acrescentou que existe um amplo consenso para que sejam neutralizadas.

Katz, que tomou posse há três dias após a demissão de Yoav Gallant devido a desentendimentos com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, sobre o decurso da guerra na Faixa de Gaza, sustentou esta posição durante a primeira reunião com o comando das Forças de Defesa de Israel (IDF).

O Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, o principal parceiro de Israel, opôs-se a um ataque às instalações nucleares no Irão e, no dia 02 de outubro, mostrou a sua clara rejeição a esta opção.

"A resposta é não", disse Biden nesse dia sobre a possibilidade de o Governo de Netanyahu retaliar um ataque iraniano anterior com mísseis balísticos contra território israelita.

O atual líder da Casa Branca cessa funções no dia 20 de janeiro para transferir o poder para o republicano Donald Trump, que já declarou a continuação do apoio a Israel nas suas várias frentes de conflito regional.

Israel e o Irão realizaram vários ataques cruzados numa escalada de tensão que se intensificou após o bombardeamento israelita contra o consulado iraniano em Damasco, em 01 de abril, no qual foi morto um alto comandante da Guarda Revolucionária de Teerão.

Na reunião realizada hoje, Katz, que ocupava anteriormente o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, insistiu também que, na Faixa de Gaza, "a primeira e mais importante" questão é a libertação dos 97 reféns ainda na posse do grupo islamita palestiniano Hamas.

"Este é o objetivo ético mais importante para o sistema de segurança", disse o novo titular da Defesa, a propósito do conflito no enclave palestiniano que se prolonga há mais de um ano.

Katz também se referiu ao Líbano e afastou um cessar-fogo com o Hezbollah sem uma capitulação do movimento xiita.

O ministro da Defesa acrescentou que uma proposta de acordo de cessar-fogo "significando a capitulação do Hezbollah e cumprindo todas as condições" exigidas por Israel mereceria "muito seriamente" a consideração de Israel.

Este pronunciamento surgiu após o chefe da diplomacia de Israel admitir "alguns progressos" sobre um cessar-fogo no Líbano, onde o Exército israelita intensificou uma ofensiva militar contra o Hezbollah em setembro.

"Estamos a trabalhar neste assunto com os norte-americanos", afirmou, em conferência de imprensa, Gideon Saar, que assumiu na sexta-feira o cargo, em substituição de Katz, que, por sua vez, transitou para a Defesa.

O Hezbollah, apoiado pelo Irão, começou a bombardear o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar de Telavive na Faixa de Gaza desde que atacou solo israelita em 07 de outubro de 2023, onde deixou cerca de 1.200 mortos e fez perto de 250 reféns.

A retaliação israelita no enclave palestiniano já provocou por sua vez acima de 43 mil mortos, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.

Desde 23 de setembro, Israel intensificou as suas operações no Líbano e iniciou uma invasão terrestre na semana seguinte, alegando que pretendia criar condições de segurança para o regresso a casa de cerca de 60 mil deslocados pelas hostilidades no norte do país.

De acordo com as autoridades de Beirute, o conflito no Líbano já provocou mais de 3.200 mortos em mais de um ano, a maioria dos quais no último mês e meio, e acima de 1,2 milhões de deslocados.

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