Israel afirma ter abatido comandante do Hezbollah em Damasco

por Lusa

O porta-voz do exército israelita, contra-almirante Daniel Hagari, reivindicou hoje ter abatido o comandante da unidade do Hezbollah responsável pela transferência de armas do Irão, num ataque aéreo em Damasco.

Hagari não revelou o seu nome nem deu mais pormenores, mas disse que o comandante estava no cargo há apenas algumas semanas, na sequência da morte recente do seu antecessor.

Pelo menos duas pessoas foram hoje mortas e três outras ficaram feridas neste ataque com mísseis teleguiados, que teve como alvo um carro no bairro afluente de Mezzeh, em Damasco, indicou o Ministério da Defesa da Síria.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), afiliado à oposição do país, um dos mortos não é de nacionalidade síria.

Nas últimas semanas, o bairro nobre de Mazzeh, onde fica o quartel-general da ONU e as embaixadas, tornou-se um alvo recorrente de ataques israelitas em plena guerra no Líbano, relataram fontes oficiais.

Segundo a agência de notícias oficial síria SANA, o ataque provocou também vários tipos de danos materiais em áreas adjacentes.

O OSDH afirmou no seu portal na Internet que "uma explosão abalou o bairro de Mazzeh, em Damasco, como resultado de um ataque a um carro perto do edifício do Ministério da Informação da Síria", sem fornecer mais detalhes.

Segundo esta organização não-governamental (ONG), com sede no Reino Unido e uma vasta rede de colaboradores no terreno, o ataque foi realizado "com um míssil disparado por um `drone` provavelmente israelita, que o fez pegar fogo" e com um número indeterminado de vítimas.

Até ao momento, não foram divulgados mais pormenores sobre a operação, que ocorre quatro dias depois de outros dois civis terem sido feridos num bombardeamento israelita contra a cidade mediterrânica de Latakia, no oeste da Síria.

Na rede social X, o observatório afirmou que o ataque foi dirigido contra "um depósito de armas" em Latakia, sem especificar o grupo que supostamente administrava esse depósito.

Esta ONG informou há duas semanas que Israel lançou pelo menos 19 ataques na Síria num período de apenas dez dias, nos quais 27 pessoas morreram, principalmente na capital, Damasco, contagem à qual se devem somar estes últimos ataques.

A área mais atingida pelas operações israelitas é o bairro nobre da capital, Mazzeh, onde estão localizadas várias embaixadas e casas de famílias ricas, bem como residências de membros da Guarda Revolucionária Iraniana e líderes de fações palestinianas presentes na Síria.

Israel já bombardeava a Síria com relativa regularidade antes da guerra na Faixa de Gaza e no Líbano, sob o pretexto da presença de membros do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Damasco, e de outras milícias pró-Irão que o Estado judaico considera uma ameaça à sua segurança.

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