O Governo de Israel aprovou a proposta apresentada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para manter o envio de tropas para o corredor Filadélfia, no âmbito do eventual acordo de cessar-fogo em Gaza, uma opção rejeitada pelo Hamas.
O grupo islamita Hamas exige que Israel retire todas as suas tropas da Faixa de Gaza.
Fontes oficiais citadas pelo jornal israelita Haaretz revelaram que a votação, realizada na noite de quinta-feira, terminou com o voto contra do ministro da Defesa, Yoav Gallant, e a abstenção do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.
O Gabinete israelita teve de analisar uma série de mapas elaborados pelo exército com planos para a manutenção de tropas nessa zona do enclave, situada na fronteira com o Egito, depois de Netanyahu ter afirmado que os ataques de 07 de outubro foram causados, em parte, devido a uma falha na supervisão da área.
O primeiro-ministro de Israel fez dessa questão uma das suas novas exigências nas negociações indiretas com o grupo islamita para um cessar-fogo em Gaza, que inclui a libertação dos sequestrados durante os ataques de 07 de outubro do Hamas ao território israelita - que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns, segundo o governo hebreu.
Neste sentido, fontes oficiais citadas pelo jornal The Times of Israel garantiram que os mapas já tinham sido respaldados pelos Estados Unidos, numa aparente referência à proposta apresentada esse mês pelo Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden.
A última proposta, apresentada na semana passada por Israel, inclui a entrega ao Hamas de um mapa das posições em que as tropas israelitas seriam destacadas, bem como a redução do seu número e do número de postos militares.
O mapa anteriormente apresentado pelo Governo israelita foi diretamente rejeitado pelo Egito, que atua como mediador e que se recusou a enviá-lo ao grupo islamita palestiniano.
O corredor Filadélfia é o nome pelo qual é conhecida a faixa de terra com cerca de 14 quilómetros de extensão que corre ao longo da fronteira, cujo lado palestiniano ficou sob o controlo da Autoridade Palestiniana após o plano de retirada israelita de 2005 e cujo lado egípcio ficou sob o controlo do Cairo.
No entanto, o Hamas assumiu o controlo da área depois de ter tomado o controlo do enclave após os combates intra-palestinianos em 2007, como resultado de disputas decorrentes das eleições do ano anterior. O Egito, que mantém um acordo de paz com Israel desde 1979, alertou Telavive para o risco de operações na zona.
O exército israelita lançou uma ofensiva contra Gaza que fez mais de 40.600 palestinianos mortos até ao momento, segundo as autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, número a que se somam mais de 660 mortes na Cisjordânia e Jerusalém Oriental pelas forças de Israel ou colonos israelitas.