Famílias de reféns israelitas protestam no Parlamento contra fim da trégua em Gaza
As famílias dos 20 reféns israelitas que ainda estão na Faixa de Gaza pediram aos apoiantes que participassem esta quarta-feira num protesto junto ao parlamento de Israel contra o fim do cessar-fogo.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na terça-feira que ordenou os ataques aéreos do exército israelita contra o território palestiniano devido à falta de progressos nas negociações em curso para prolongar o cessar-fogo.
O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, que lidera um partido de extrema-direita, indicou que o ataque tem como objetivo "devolver todos os reféns e eliminar a ameaça que a Faixa de Gaza representa para os cidadãos de Israel".
Mas a maioria das famílias dos reféns e grande parte do público israelita acreditam que tais objetivos são irrealistas.
Familiares dos reféns disseram à agência de notícias Associated Press que o tempo está a esgotar-se, principalmente após as recentes libertações de reféns com aspeto emaciado, que mais tarde descreveram as duras condições de cativeiro.
Um dirigente do Hamas, Izzat al-Risheq, disse na terça-feira que a decisão do primeiro-ministro israelita equivale a uma "sentença de morte" para os restantes reféns.
Netanyahu ameaça com mais
Os ataques aéreos na Faixa de Gaza são "apenas o começo", avisou Netanyahu.
O movimento islamita palestiniano Hamas "já sentiu a força de Israel nas últimas 24 horas", disse sobre os ataques que causaram 420 mortos.
"Quero assegurar-vos a vós e a eles: isto é apenas o começo", sublinhou, num discurso transmitido pela televisão.
As negociações sobre a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza "só terão lugar sob fogo, a partir de agora", afirmou, considerando que a pressão militar "é essencial" para garantir o regresso dos israelitas sequestrados em 7 de outubro de 2023.