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Ataques de Israel matam líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no Líbano. A evolução da guerra no Médio Oriente ao minuto

EUA sublinham: conflito entre Hezbollah e Israel é evitável

por Inês Moreira Santos - RTP
Ammar Awad - Reuters

Os dirigentes religiosos drusos da cidade de Majdal Shams rejeitaram a hipótese de retaliação anunciada pelas autoridades israelitas após o ataque atribuído ao Hezbollah e que fez doze mortos, no fim de semana, na cidade dos Montes Golã. Entre os apelos da comunidade internacional para uma resposta diplomática, os Estados Unidos consideraram que um conflito entre Israel e o grupo xiita não é inevitável.

“Embora tenhamos visto muita atividade na fronteira norte de Israel, continuamos preocupados com o potencial disso escalar para um conflito total. E não acredito que um conflito seja inevitável”, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, esta terça-feira, numa conferência de imprensa em Manila, nas Filipinas.

Washington gostaria “de ver as coisas resolvidas de forma diplomática”,
acrescentou Lloyd Austin.

As tensões na região agravaram-se desde sábado, quando um míssil matou 12 crianças e adolescentes num campo de futebol numa vila drusa. Israel apontou as responsabilidades ao Hezbollah apoiado pelo Irão e prometeu uma resposta dura. O Hezbollah, contudo, negou qualquer envolvimento neste ataque.

Desde então, os Estados Unidos têm liderado um esforço diplomático para impedir Israel de atacar a capital do Líbano, Beirute, ou grandes infraestruturas civis em resposta ao ataque de sábado. Embora ambos os lados tenham garantido, anteriormente, que não querem escalar o conflito, as hostilidades recentes estão a preocupar a comunidade internacional para o risco de crescentes tensões no Médio Oriente.
“Resposta severa” israelita
De acordo com a Reuters, as forças israelitas atingiram uma dezena de alvos do Hezbollah, no sul do Líbano, durante a madrugada desta terça-feira, matando um dos combatentes do grupo xiita. O Hezbollah confirmou, entretanto, a informação.

Duas fontes israelitas afirmaram na segunda-feira, segundo a imprensa internacional, que Israel queria castigar o Hezbollah, mas não arrastar o Médio Oriente para uma guerra.

Já esta terça-feira, os líderes drusos da cidade de Majdal Shams comunicaram que rejeitam a hipótese de retaliação anunciada por Israel após o ataque atribuído ao Hezbollah. Numa declaração, os dirigentes religiosos sublinharam que "a tragédia é imensa, o impacto é doloroso e a perda é partilhada por todos os lares do Golã".

A mesma nota acrescenta que em virtude da doutrina drusa que "proíbe o assassínio e a vingança sob qualquer forma" os dirigentes rejeitam "o derramamento de uma só gota de sangue com o pretexto" de vingança.

Nos Montes Golã sírios ocupados por Israel, cerca de 25 mil israelitas vivem em colonatos junto aos 23 mil cidadãos drusos, uma comunidade cuja religião deriva do Islão. Parte da comunidade drusa afirma-se síria mas com estatuto de residente em Israel.

Os habitantes de Majdal Shams, que são maioritariamente drusos, conservaram a nacionalidade síria depois da invasão de Israel em 1967 e da anexação formal do território em 1981.

Na segunda-feira, durante uma visita ao local do ataque, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu prometeu uma "resposta severa" ao ataque com foguete de artilharia, que Israel afirma ter sido disparado do Líbano pelo movimento Hezbollah (Partido de Deus), apoiado pelo Irão.

Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço desde 8 de outubro de 2023, um dia depois do início da guerra em Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006. O Hezbollah integra o chamado “eixo de resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.
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