EUA podem aprovar operação em Rafah se não houver retaliação contra Irão
Israel terá obtido luz verde dos Estados Unidos para uma operação em Rafah, escreve esta quinta-feira a imprensa do Médio Oriente. No entanto, Washington adverte que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, terá de se abster de retaliar, parcial ou totalmente, após o ataque iraniano do passado sábado.
Já o Jerusalem Post, que faz uma referência ao mesmo jornal, avança que “o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conseguiu obter a aprovação americana para uma operação militar em Rafah, em troca de se abster de levar a cabo uma ampla operação militar contra o Irão em resposta ao seu recente ataque". Em declarações ao Al-Araby Al-Jadeed, fonte egípcia revelou que “a Administração americana aceitou o plano de ocupação relativamente à operação em Rafah”. Em troca, “Israel não pode efetuar um ataque em grande escala contra o Irão”.
Segundo o mesmo jornal, "o discurso de uma resposta israelita ao Irão contradiz os desejos da Administração americana e não é realista, tendo em conta as afirmações israelitas de que os Estados Unidos desempenharam o papel principal na repressão do ataque iraniano e na prevenção do seu sucesso".A notícia do jornal do Catar surge a par de declarações públicas, por parte de responsáveis israelitas, favoráveis a uma retaliação em larga escala contra o Irão.
De acordo com o canal de radiodifusão KAN, o embaixador de Israel nos EUA, Michael Herzog, declarou na quinta-feira que "Israel vai reagir ao Irão e não vai demorar anos - em breve os mísseis do Irão estarão equipados com ogivas nucleares".
Por outro lado, o Egito estará a demonstrar "total prontidão e preparação das [suas] forças estacionadas no norte do Sinai, ao longo da faixa de fronteira de 14 quilómetros com a Faixa de Gaza, como parte de um plano para lidar com o cenário de uma invasão terrestre em Rafah”.
Os oficiais egípcios já tinham revelado que estão "preparados para todos os cenários" e que Israel precisa de retirar devidamente a população civil da cidade de Rafah antes do encerramento de quaisquer passagens fronteiriças.
O Al-Araby Al-Jadeed revela ainda que o plano israelita “vai dividir Rafah em quadrados numerados e serão alvo de ataques precisos. Obrigando a população que permanece em cada quadrado a afastar-se e a seguir rumo a Khan Younis”.
Nos campos de deslocados de guerra em Khan Younis, gerido pelo Crescente Vermelho egípcio, já se registam preparativos.