Estados Unidos e Reino Unido pedem a nacionais que saiam do Líbano

por Inês Moreira Santos - RTP
Reuters

Entre receios de uma crescente tensão no Médio Oriente, num contexto de potencial guerra entre Israel e o Hezbollah e um conflito regional mais amplo, os Estados Unidos e o Reino Unido estão a pedir a todos os seus cidadãos que abandonem o Líbano.

Numa recente atualização sobre a situação na região, o exército israelita afirmou a região de Avivim, no norte de Israel, foi atingida por um dos “muitos mísseis” lançados pelo Líbano. A maioria dos projeteis, acrescentou, foram intercetados para “abater ameaças”.

As forças israelitas reivindicaram também este sábado novos ataques no Líbano. Os militares asseguram que tiveram como alvo infraestruturas e “prédios militares” operados pelo Hezbollah em Tyre Harfa e Kfar Kila, no sul do Líbano.

Segundo Israel, um dos seus tanques disparou contra uma “estrutura terrorista” que o Hezbollah estava a usar em Rab al-Thalathine.

“As tensões estão a aumentar e a situação pode deteriorar-se rapidamente”, advertiu, este sábado, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy.

“Enquanto trabalhamos dia e noite para fortalecer a nossa presença consular no Líbano, a minha mensagem aos cidadãos britânicos é clara: saiam agora”, acrescentou, num comunicado, o governante.

Também a embaixada dos Estados Unidos no Líbano instaram, nas últimas horas, os seus cidadãos a abandonar o país, com “qualquer bilhete de avião disponível”, face aos receios crescentes de uma guerra total entre Israel e o Hezbollah libanês.

Apesar das suspensões e cancelamentos de voos para Beirute, capital do país, “as opções de transporte comercial para sair do Líbano continuam disponíveis”, garantiu a embaixada, em comunicado citado pela AFP.

“Encorajamos aqueles que desejam deixar o Líbano a reservar qualquer bilhete disponível, mesmo que esse voo não parta imediatamente ou siga a rota da sua escolha”, refere a mesma nota.

Entretanto, também o ministro egípcio dos Negócios Estrageiros, Badr Abdelatty, expressou a “profunda preocupação do país com o ritmo perigosamente crescente da escalada” na região, avança o Al Jazeera.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito afirmou ainda em comunicado que Abdelatty contactou o seu homólogo libanês Abdallah Bou Habib e garantiu o apoio do Egito ao Líbano perante as ameaças israelitas.

"O Egito está a conduzir amplas comunicações com todas as partes envolvidas e ativas com o objetivo de conter a escalada em curso e preservar os interesses do povo libanês", disse Abdelatty num telefonema com Bou Habib.

O Cairo garante ainda que mantém “amplas comunicações com todas as partes” para evitar escalada no conflito entre Israel e o Hezbollah. Segundo Abdelatty, é necessário “unir esforços para evitar que a situação se deteriore e leve ao alargamento do confronto”.

Os receios de uma conflagração regional aumentaram este sábado no Médio Oriente, tendo os Estados Unidos reforçado as forças militares, na sequência do assassínio atribuído a Israel do líder do Hamas e da morte, num ataque israelita, de um alto responsável do Hezbollah, que Teerão e o movimento libanês prometeram vingar.

Já no fim de semana passado, a Suécia anunciou o encerramento da embaixada em Beirute, depois de ter aconselhado milhares de cidadãos a abandonar o país, e a França apelou aos cidadãos que visitam o Irão para que partam “o mais rapidamente possível”.

De acordo com uma fonte de segurança libanesa, um membro do Hezbollah foi morto nas últimas horas num ataque de um “drone israelita” a um veículo no sul do Líbano.
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