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"Está na altura de concluir acordo" de cessar-fogo em Gaza - EUA

por Lusa

Os Estados Unidos apelaram hoje às partes em conflito em Gaza para mostrarem flexibilidade perante a urgência de concluir um acordo de cessar-fogo após a morte de seis reféns, comprometendo-se a prosseguir os seus esforços nos próximos dias.

"Ainda há dezenas de reféns na Faixa de Gaza, à espera de um acordo que os leve de volta a casa. Está na altura de concluir esse acordo", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, à comunicação social.

"A população israelita não pode dar-se ao luxo de esperar mais tempo. O povo palestiniano, que também está a sofrer os terríveis efeitos desta guerra, não pode dar-se ao luxo de esperar mais. O mundo não pode dar-se ao luxo de esperar mais tempo", afirmou.

Miller precisou que "no decurso dos próximos dias, os Estados Unidos continuarão a empenhar-se, juntamente com os seus parceiros na região, para alcançarem um acordo final", referindo-se às negociações sob a égide dos mediadores -- Estados Unidos, Qatar e Egito -- para um acordo de cessar-fogo associado a uma libertação de reféns.

O Exército israelita anunciou no domingo que seis reféns tinham sido encontrados num túnel em Gaza, mortos, na sua opinião, "à queima-roupa" pelo movimento islamita palestiniano Hamas, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para concluir um acordo.

Contudo, Netanyahu avisou que não cederá a pressões, afirmando querer manter a pressão militar sobre o Hamas, no 11.º mês da guerra desencadeada pelo ataque de 07 de outubro do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em território israelita, que fez 1.194 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 33 deles entretanto declarados mortos pelas autoridades israelitas.

Em Telavive e Jerusalém, realizaram-se manifestações com milhares de pessoas, acompanhadas de uma greve em várias cidades, para exigir um acordo que permita a libertação dos reféns ainda detidos na Faixa de Gaza.

Um dos principais pomos de discórdia é a insistência do chefe do Governo israelita em que as tropas israelitas mantenham o controlo de um corredor ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

"Nós opomo-nos à presença a longo prazo de tropas das Forças Armadas de Israel em Gaza", reafirmou o porta-voz da diplomacia norte-americana.

"A conclusão de um acordo exigirá das duas partes que ambas deem provas de flexibilidade. Será necessário que as duas partes procurem razões para dizer `sim`, ao invés de razões para dizer `não`", sustentou.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel.

A guerra, que hoje entrou no 333.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 40.819 mortos (quase 2% da população) e 94.291 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses e meio de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também cerca de 1,9 milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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