"É apenas o início". Netanyahu anuncia negociações "sob fogo" após ataque mortífero a Gaza

RTP
Foto: Yair Sagi - Reuters

O primeiro-ministro israelita alertou esta terça-feira que os ataques contra Gaza que provocaram mais de 400 mortos foram "apenas o início". Benjamin Netanyahu acrescentou ainda que a negociação para a libertação dos reféns que ainda continuam retidos irá realizar-se "debaixo de fogo".

O Hamas "já sentiu a nossa força nas últimas 24 horas. (…) Quero assegurar-vos e a eles: isto é apenas o início", afirmou Benjamin Netanyahu num discurso transmitido pela televisão esta terça-feira.

"A partir de agora", as negociações sobre a libertação dos reféns ainda em Gaza "só se realizarão debaixo de fogo", acrescentou.

Benjamin Netanyahu considerou que a pressão militar é um fator “indispensável” para garantir o regresso dos reféns. 

Nos ataques da última noite, os mais violentos desde o início do cessar-fogo, a 19 de janeiro, morreram mais de 400 pessoas, incluindo o chefe do Governo de Gaza, Essam al-Dalis.

Já esta tarde, o ministro dos Negócios Estrangeiro de Israel, Gideon Saar, tinha afirmado que este não seria "um ataque de um dia".

"Encontramo-nos num impasse – com nenhum refém a ser libertado e sem qualquer ação militar. Decidimos atacarmos o Hamas e alvos terroristas adicionais em Gaza. Não é um ataque de um dia. Continuaremos a operação militar nos próximos dias", afirmou o MNE israelita.

Na sequência deste ataque, a maior associação israelita de familiares de reféns do Hamas acusou esta terça-feira o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de "sacrificar" os reféns que continuam retidos em Gaza. Considerou que o regresso aos combates pode significar uma "sentença de morte" dos reféns israelitas que ainda se encontram nas mãos do Hamas, segundo alegam os familiares.

“O Hamas não pode ser derrotado enquanto os reféns estiverem lá, os vivos e os mortos, a menos que o Governo decida deliberadamente sacrificar as vidas dos nossos filhos”, disse Michel Illouz, pai de Guy Illouz, morto durante o ataque de 7 de outubro no festival Nova e cujo corpo foi levado para Gaza.
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