Os ataques das milícias Houthi no Mar Vermelho levaram a um abrandamento das exportações agrícolas em janeiro, revelou o ministro ucraniano da Agricultura, Mykola Solsky.
Em declarações à televisão estatal, o governante afirmou que “um grande volume foi exportado em dezembro, mas vai cair em janeiro”.
Os ataques das milícias Houthi no Iémen, aliadas do Irão, contra navios na região, desde novembro, abrandaram o comércio entre a Ásia e a Europa e alarmaram as grandes potências.
"Há problemas no Mar Vermelho e parte das nossas exportações foi e está a ir através do Mar Vermelho para a China, Ásia e países africanos e, portanto, o movimento de navios abrandou muito", explicou Mykola Solsky. Segundo Solsky, outra razão adicional para a redução dos embarques foi o feriado de ano novo.
Exportações caíram
O ministro revelou ainda que, durante o mês de janeiro, a Ucrânia exportou 2,5 milhões de toneladas métricas de cereais. Os dados revelam que as exportações de cereais da Ucrânia na temporada de comercialização de julho a junho de 2023/24 caíram para cerca de 20,9 milhões de toneladas, em comparação com 25,1 milhões na mesma fase do ano passado.
As exportações incluíram 8,3 milhões de toneladas de trigo, 11,2 milhões de toneladas de milho e 1,2 milhões de toneladas de cevada.
O Governo ucraniano prevê uma colheita de 81,3 milhões de toneladas de cereais e oleaginosas em 2023, com um excedente exportável em 2023/24 de cerca de 50 milhões de toneladas.
Exportações através do Mar Negro
As exportações de cereais da Ucrânia através do Mar Negro quase regressaram aos níveis anteriores à guerra.
"Em média, exportávamos 7,5 a oito milhões de toneladas de cereais por mês. Agora, ultrapassámos este limiar, o que significa que a capacidade foi quase restaurada, o que foi feito é muito importante", revelou Leonid Kozachenko, presidente da Confederação Agrária Ucraniana.
Tradicionalmente, a Ucrânia envia a maior parte das suas exportações através dos seus portos de águas profundas do Mar Negro.
A Ucrânia exportou 4,8 milhões de toneladas métricas de alimentos através do seu corredor do Mar Negro em dezembro, ultrapassando o volume máximo mensal exportado ao abrigo de um anterior acordo de cereais negociado pela ONU.
Antes da invasão russa, a 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia exportava cerca de seis milhões de toneladas por mês através do Mar Negro.
Agora depende do corredor ao longo da costa ocidental do Mar Negro, perto da Roménia e da Bulgária, dos seus pequenos portos no rio Danúbio e das exportações por terra através da Europa Oriental.
Kiev acredita ter conseguido desalojar as forças russas da parte ocidental do Mar Negro, assegurando as exportações de cereais, que são cruciais para a sua economia, bem como para importações importantes.