Pelo menos três profissionais da comunicação social morreram esta madrugada em Hasbaya, no sul do Líbano, segundo a agência noticiosa libanesa. Entre as vítimas estavam o repórter de imagem Ghassan Najjar, o engenheiro de emissão Mohammad Reda, que trabalhavam para o canal de televisão libanês pró-iraniano Al-Mayadeen, assim como um outro repórter de imagem, Wissam Qassem, do canal de televisão do Hezbollah Al-Manar, de acordo com o
Al-Mayadeen.
“A ocupação visou deliberadamente a residência de jornalistas e outros jornalistas de outros canais árabes ficaram feridos" declarou o diretor do Al-Mayadeen, Ghassan Ben Jeddou, na conta X do canal. “Consideramos a ocupação totalmente responsável por este crime de guerra", acrescentou.
Também o ministro libanês da Informação, Ziad Makary, acusou
Telavive de visar deliberadamente a imprensa libanesa num ataque no sul
de país.
"O inimigo israelita esperou que os jornalistas fizessem uma pausa durante a noite para os apanhar a dormir (...).
Foi um assassínio, após vigilância e rastreio, porque estavam lá
dezoito jornalistas que representavam sete instituições de comunicação
social. Isto é um crime de guerra", afirmou Ziad Makary numa mensagem na rede social X.
No local do ataque, em Hasbaya, encontravam-se jornalistas de outros órgãos de comunicação social, incluindo da emissora libanesa Al-Jadeed, Sky News Arabic e Al Jazeera English, segundo a Agence France Presse.
O ataque noturno à residência acontece vinte e quatro horas depois de um ataque de Israel ter atingido um escritório do canal de televisão da Al-Mayadeen nos subúrbios do sul da capital libanesa, matando uma pessoa e ferindo cinco, de acordo com o Ministério libanês da Saúde.
Segundo um
inquérito preliminar do Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), até 23 de outubro,
pelo menos 128 jornalistas e profissionais de grupos de comunicação social tinham sido mortos desde o início da guerra de Gaza.
Baixas militares israelitas no sul do Líbano
Numa altura em que Israel prossegue com a ofensiva no Líbano, o exército israelita declarou que cinco soldados foram mortos e dois outros ficaram gravemente feridos em combates no sul do país.
Os soldados "caíram durante um combate no sul do Líbano" na quinta-feira, declarou o exército, elevando o número total de soldados israelitas mortos no Líbano para 32 desde o início da operação terrestre a 30 de setembro.
Um mês após o ataque militar de Israel contra o movimento libanês
Hezbollah, apoiado pelo Irão, o secretário de Estado norte-americano
Antony
Blinken disse esperar que o Irão esteja a receber uma mensagem clara de
que quaisquer novos ataques a Israel colocam em risco os seus próprios
interesses.
No último dia da sua visita ao Médio Oriente, em Doha, Antony Blinken
alertou para a possibilidade de uma campanha “prolongada” no Líbano e
afirmou que os EUA estão a trabalhar para avançar as negociações de
cessar-fogo em Gaza e no Líbano e um acordo de reféns em Gaza.
"À medida que Israel conduz operações para eliminar a ameaça a Israel
e ao seu povo ao longo da fronteira com o Líbano, temos sido muito
claros quanto ao facto de isto não poder conduzir, não dever conduzir, a
uma campanha prolongada", disse Blinken.
Convesações sobre plano de pós-guerra para Gaza
O secretário de Estado norte-americano deverá encontrar-se com o primeiro-ministro libanês Najib Mikati esta sexta-feira em Londres, bem como com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Jordânia e dos Emirados Árabes Unidos, dois dos principais parceiros dos EUA num plano de pós-guerra para Gaza, segundo o departamento de Estado dos EUA.
Nas últimas horas, o exército israelita lançou ataques aéreos em toda a Faixa de Gaza, tendo um dos últimos ataques matado pelo menos 33 palestinianos, incluindo 14 crianças, em Khan Younis.
c/ agências