Continuam ataques entre Israel e Hezbollah. Blinken em Telavive em novo esforço para cessar-fogo

por Inês Moreira Santos - RTP
Nathan Howard - Reuters

Nas primeiras horas desta terça-feira, o Hezbollah reivindicou o ataque contra uma "base naval" perto de Haifa, no norte de Israel, e contra duas posições "nos subúrbios de Telavive". Também em Gaza, as forças israelitas atacaram a cidade de Beit Lahia, acabando por matar mais de uma dezena de pessoas, incluindo mulheres e crianças. Foi neste cenário de escalada do conflito que o secretário de Estado dos Estados Unidos aterrou em Telavive para um novo esforço de alcançar um cessar-fogo.

Ao início do dia, as sirenes antiaéreas soaram em diferentes zonas do centro e do norte de Israel, incluindo Telavive, depois de terem sido lançados vários projéteis a partir do Líbano. Num comunicado, o movimento xiita libanês confirmou que uma “salva de foguetes” teve como alvo a “base naval de Stella Maris a noroeste de Haifa”, reivindicando ataques semelhantes em duas outras posições nos “subúrbios de Telavive”.

Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), foram disparados contra o centro de Israel cerca de cinco projéteis, tendo sido intercetada a maioria. Entretanto, o exército israelita declarou estado de emergência em Telavive e o tráfego aéreo no aeroporto Bem Gurion foi interrompido.

Também na Alta Galileia e a norte dos Montes Golã, no norte do país, as sirenes ecoaram depois de terem sido lançados cerca de 15 mísseis do Líbano.

“Até ao momento, as IDF não têm conhecimento de quaisquer feridos em resultado do ataque”, asseguraram as autoridades israelitas, acrescentando que também tinha sido atingido um míssil em “terreno aberto” na região de Samaria e Modi’in Illit.

De acordo com as autoridades libanesas, estes ataques em território israelita aconteceram após um bombardeamento nos subúrbios da capital do Líbano ter matado pelo menos quatro pessoas.
Ataque israelita com 'drone' em Beit Lahia
Também esta terça-feira, pelo menos 15 palestinianos, incluindo mulheres e crianças, morreram após um ataque com um ‘drone’ israelita na cidade de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza.

“Acreditamos que cerca de 56 mil pessoas foram deslocadas do norte da Faixa para a Cidade de Gaza desde o início das operações [israelitas]”, explicou à EFE um diretor da Agência da ONU para Refugiados, Sam Rosa.

Há quase 20 dias que o norte do enclave está sob cerco israelita, que causou mais de 500 mortes e dezenas de milhares de pessoas deslocadas, segundo dados da ONU. No entanto, milhares de pessoas recusam-se a abandonar as suas casas no norte, não tendo para onde ir e temendo ataques israelitas, especialmente depois de terem recebido inúmeras ordens de saída desde o início da guerra, há mais de um ano.

O exército israelita garantiu ainda que continua “a lutar na região, ao mesmo tempo que permitem a saída de civis em rotas designadas”.

“Num único ataque, eliminámos dez terroristas que representavam uma ameaça”
, referia o comunicado das IDF, no qual era descrito que as tropas completaram uma operação na área de Beit Lahia na qual desmantelaram “vários túneis de terroristas”.

Já na segunda-feira, a força aérea israelita também tinha atingido infraestrutura alegadamente com material bélico na área de Rafah, no extremo sul da Faixa, que “estava pronto para ser disparado contra Israel”.

Entretanto, as autoridades libanesas indicaram que um novo ataque israelita durante a noite passada, perto do maior hospital público do Líbano, fez pelo menos 13 mortos e 57 feridos.

"O ataque do inimigo israelita no setor Jnah, perto do hospital Hariri, matou 13 pessoas, incluindo uma criança, e o número de feridos subiu para 57, dos quais 17 foram hospitalizados e sete estão em estado crítico", refere o relatório do Ministério da Saúde do Líbano.

No local do ataque continuam equipas de resgate para encontrar eventuais vítimas entre os escombros, avança a AFP.
Blinken em Israel para novas negociações
O secretário de Estado norte-americano chegou esta manhã a Israel. É a 11.ª visita de Antony Blinken à região desde o início da guerra entre os israelitas e o grupo islamita palestiniano Hamas.

Espera-se que Blinken se reúna com altos responsáveis israelitas, incluindo com Benjamin Netanyahu, com os Estados Unidos a tentar retomar os esforços de cessar-fogo após o assassínio do principal líder do Hamas, Yahya Sinwar. Prevê-se também que o secretário de Estado dos EUA debata o esperado ataque militar ao Irão e tente desencorajar qualquer movimento que possa agravar o conflito no Médio Oriente.

O governante norte-americano aterrou poucas horas depois de o Hezbollah ter lançado um grande ataque com ‘rockets’ contra o centro de Israel, que fez soar as sirenes de ataque aéreo nas zonas mais populosas do país, mas sem causar danos ou feridos aparentes.


C/agências
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