A Universidade Sorbonne, uma das mais antigas do mundo, fechou os edifícios durante o dia, enquanto decorreram os protestos dos alunos contra o conflito em Gaza.
Para além de montarem tendas num dos pátios, os estudantes, cerca de 50, gritaram “Palestina Livre” e instaram a instituição a condenar Israel.
"Montamos tendas como em várias universidades dos EUA", descreveu Louis Maziere, estudante da Sorbonne. "Estamos a fazer tudo o que podemos para aumentar a conscientização sobre o que está a acontecer na Palestina, sobre o genocídio em curso em Gaza", explicou à Reuters.
De acordo com a mesma agência de notícias, a BFM TV mostrou imagens da polícia a arrastar alguns estudantes, procedimento corroborado pelo estudante entrevistado.
"A polícia entrou a correr, derrubou as tendas, agarrou os estudantes pelo colarinho e arrastou-os para o chão, isso não está bem. Estamos bastante chocados", relatou Maziere.
Uma fonte policial confirmou que foi feita uma intervemção "para limpar o pátio da Sorbonne" porém descreve-a como "pacífica".
“Esta operação, que durou apenas alguns minutos, foi realizada de forma pacífica e sem incidentes”, declarou fonte da polícia, recusando-se a responder a perguntas sobre como os estudantes foram removidos.
Vários políticos franceses, incluindo Mathilde Panot, que lidera o grupo de extrema-esquerda LFI de legisladores na Assembleia Nacional, instaram os seus apoiantes nas redes sociais a juntarem-se aos protestos na Sorbonne.
Fracassaram as negociações em Columbia
O protesto na Sorbonne surge dias depois de manifestações semelhantes com acampamentos ocorrerem no Instituto de Estudos Políticos de elite de Paris (Sciences Po), e em vários locais nos Estados Unidos, como na Universidade Columbia.
Acampamento pro-Palestina em Nova Iorque, Universidade Columbia | Caitlin Ochs - Reuters
Há pelo menos cinco dias que os manifestantes pro-Palestina acamparam em frente à Universidade nova-iorquina e não arredam pé.
Nesta segunda-feira voltaram a falhar as negociações para o desmantelamento do acampamento no campus. O presidente da Universidade de Columbia instou os estudantes a dispersarem voluntariamente ou enfrentariam suspensão da escola.
Os manifestantes prometeram manter as tendas no campus de Manhattan até que a Columbia cumpra várias exigências, entre as quais, transparência nas finanças da Universidade e amnistia para estudantes e professores castigados pela sua participação nos protestos contra a guerra e de apoio à Palestina.
A guerra em Gaza está no sétimo mês. Desde o ataque do Hamas a Israel, em outubro passado, já morreram mais de 34 mil palestinianos e mais de 1.400 israelitas, a grande maioria no ataque de 7 de outubro.
c/ agências